A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, quer que as investigações sobre os assassinatos da vereadora fluminense Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista
, Anderson Gomes, sejam conduzidas pela Polícia Federal, e não pelas autoridades do Rio de Janeiro.
Raquel Dodge determinou nesta quinta-feira (15) a instauração de um procedimento instrutório para federalizar a persecução penal do caso Marielle. Em nota, a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que Dodge também já solicitou à Polícia Federal que adote diligências de investigação necessárias.
A PGR destacou uma equipe para se reunir com o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussen, visando acompanhar o início das investigações sobre o assassinato ocorrido na noite dessa quarta-feira (14) na região central da capital fluminense.
Compõem o grupo que irá acompanhar os trabalhos no Rio a secretária de Direitos Humanos do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Ivana Farina, o secretário de Relações Institucionais do CNMP, Nedens Ulisses, e o secretário de Direitos Humanos da PGR, André de Carvalho Ramos.
Mais cedo, o presidente Michel Temer já havia determinado também que o ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, vá ao Rio para acompanhar as apurações sobre a morte da vereadora do PSOL.
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Investigações sobre a morte de Marielle
A Polícia Civil do estado já iniciou as investigações sobre o caso tomando o depoimento da assessora de imprensa de Marielle, que estava junto à parlamentar no momento em que o carro que as transportava foi alvejado por nove disparos.
O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Rivaldo Barbosa, ponderou que as investigações sobre a morte de Marielle ficarão sob sigilo, mas admitiu que "uma das possibilidades é, sim, a de execução". "Mas a gente ainda não descarta outras hipóteses", ponderou.
Barbosa assegurou que a Polícia Civil vai adotar todas as medidas possíveis "para que seja dada uma resposta necessária e suficiente para esse caso gravíssimo".
"A Polícia Civil tem capacidade para resolver esse crime bárbaro. Ele não ficará impune. A investigação está sob sigilo e não descartamos nenhuma possibilidade. A testemunha vai seguir um protocolo pré estabelecido pela Divisão de Homicídios. Garantiremos à ela toda a segurança necessária", disse o delegado.
Em nota, Raquel Dodge, garantiu que o Ministério Público está mobilizado em torno das investigações sobre a morte de Marielle e destacou que a vereadora, morta aos 38 anos de idade, "notabilizou-se por ser defensora dos direitos humanos e por dar voz às vítimas de violência no estado".
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