Milhares se reúnem no Rio de Janeiro para se despedir e protestar contra assassinato de vereadora
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Milhares se reúnem no Rio de Janeiro para se despedir e protestar contra assassinato de vereadora

Milhares de pessoas se reuniram na tarde desta quinta-feira (15) na Cinelândia, na região central do Rio de Janeiro, para se despedir e protestar contra o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) , 38 anos, e de seu motorista, Anderson Pedro Mathias Gomes , 39.

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Palco de diversas manifestações políticas nos últimos anos, o clima na praça era de comoção. Os corpos chegaram na Cinelândia às 14h30 para serem velados na Câmara Municipal do Rio e foram saudados pelos presentes, que ostentavam flores brancas e cartazes denunciando a execução da vereadora.

O público, composto majoritariamente por mulheres negras, grupo para o qual Marielle dirigia grande parte de sua atuação política, lamentou emocionado a morte da vereadora psolista .

“Marielle era nossa esperança na Câmara, séria e combativa em meio a tantos maus políticos. Soube da morte dela ontem à noite e nem consegui dormir. Passei a noite acompanhando notícias sobre o crime”, disse ao jornal O Dia a estudante de história na Universidade Federal Fluminense (UFF) Maria Eduarda Santos, 19 anos.

Na entrada do corpo da líder comunitária na Câmara, o caixão era erguido pela irmã da Marielle, Anielle, e pelos deputados estaduais Marcelo Freixo e Flávio Serafini. A cerimônia será restrita a familiares e amigos da vereadora.

Marielle e Anderson foram mortos na noite de quarta-feira (14). Eles estavam no bairro do Estácio, no centro da cidade, voltando de carro de um evento na Lapa, quando um outro veículo parou ao lado deles. Foram nove disparos – quatro acertaram a vereadora na cabeça. Ela e o motorista morreram na hora.

Homenagem e revolta

Enquanto isso, em Brasília, uma sessão solene na Câmara homenageou a vereadora e o motorista mortos. Centenas de manifestantes ocuparam o plenário levando cartazes com dizeres como “Transformar o luto em luta” e “Marielle, presente, Anderson, presente”.

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A solenidade, além de prestar honras aos mortos, também foi um protesto contra a intervenção militar no Rio e o governo de Michel Temer (MDB). A todo momento, gritos de “fora, Temer”, “fora, Maia” e “fora, Bolsonaro” eram ouvidos. Deputados da “bancada da bala” também foram hostilizados.

“Os que puxam o gatilho são os que fomentam o ódio”, disse a deputada Maria do Rosário (PT), que comparou a execução de Marielle às mortes de Dorothy Stang e Chico Mendes.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), diminuiu a importância dos protestos e defendeu a manutenção da intervenção no Rio. Trata-se, disse ao jornal O Estado de São Paulo , de uma demanda de “80% da população”.

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