O policial militar Victor Cristilder Silva dos Santos foi condenado em júri popular, nesta sexta-feira (2), por sua participação nas chacinas de Osasco e Barueri em 2015. A pena estabelecida para Cristilder foi de 119 anos, 4 meses e 4 dias de prisão em regime fechado.
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O cabo da Polícia Militar foi acusado de participar, no dia 13 de agosto de 2015, da chacina que resultou na morte de 23 pessoas, uma das mais violentas da história recente de São Paulo. Ele já estava preso desde 2015, quando foi inicialmente acusado.
O júri popular foi realizado no Fórum de Osasco e teve início na terça-feira (27) e 19 testemunhas foram ouvidas. O Ministério Público e a Defensoria Pública apontaram que Cristilder trocou mensagens de celular com um guarda municipal, combinando o inicio e fim do horário da chacina.
Ainda, as munições encontradas no local eram procedentes do Exército, e desapareceram do batalhão quando Cristilder lá trabalhava. O policial também foi reconhecido em uma fotografia por uma pessoa que presenciou o crime.
Por fim, Cristilder foi acusado de dirigir um dos carros usados durante o crime e por atirar nas vítimas. O policial foi condenado por homicídio e tentativa de homicídio contra 16 pessoas, com quatro agravantes: motivo torpe, isto é, banal, recurso que dificultou a defesa das vítimas, por integrar grupo de extermínio e por formação de quadrilha – neste último quesito, o policial acabou inocentado.
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De acordo com a acusação, o que motivou a chacina foi a vingança pela morte de um policial militar e de um guarda civil ocorridas na mesma semana na região.
O julgamento foi dividido em duas partes. Na primeira, que aconteceu em setembro de 2017, os sete jurados condenaram os policiais militares Fabrício Emmanuel Eleutério e Thiago Barbosa Henklain, além do guarda civil Sérgio Manhanhã.
Fabrício Emmanuel Eleutério foi condenado à pena de 255 anos, 7 meses e 10 dias de prisão. Thiago Barbosa Henklain recebeu sentença de 247 anos, 7 meses e 10 dias. Já o guarda civil Sérgio Manhanhã foi condenado a 100 anos e 10 meses.
Acusados de atirar nas vítimas, os dois policiais respondiam por todas as mortes e tentativas de assassinato. Já o guarda civil, para os promotores, atuou na logística, desviando viaturas dos locais onde os crimes foram praticados, sendo por isso denunciado por 11 mortes.
* Com informações da Agência Brasil
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