O principal nome do PCC na Baixada Santista, Wagner Ferreira da Silva, de 32 anos de idade, foi assassinado a tiros na noite dessa quinta-feira (23) em frente a um hotel na zona leste de São Paulo.
Wagner era conhecido no PCC como Cabelo Duro (ou Waguininho) e ingressou na maior facção criminosa de São Paulo sob as bênçãos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, que foi executado na semana passada junto a Fabiano Alves de Souza, o Paca , no Ceará. Ele possuía condenações na Justiça por crimes de receptação e tráfico de drogas.
A execução de Wagner ocorreu pouco antes das 20h dessa quinta-feira em frente ao Hotel Blue Tree Towers da Rua Eleonora Cintra, no bairro Anália Franco.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado no 31º DP (Vila Carrão), Wagner chegou ao local em um carro HB20 prata e foi surpreendido por dois homens armados com fuzis ao desembarcar do veículo. Ele morreu no local com tiros à queima roupa.
Duas mulheres, uma de 28 anos e a outra de 59 anos de idade, que estavam por perto também foram atingidas por disparos e foram encaminhadas a hospitais da região. Não há informação sobre o estado de saúde delas.
Durante a perícia no local do crime, foram encontrados em posse de Wagner uma bolsa com documentos, aparelhos celulares e dinheiro. O caso será investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que as imagens das câmeras de segurança do hotel já estão sendo analisadas para auxiliar na identificação dos responsáveis pela execução. O carro HB20 de Wagner também foi apreendido e será inspecionado.
Câmera de segurança flagra execução de integrante do PCC; assista:
Leia também: Morte de chefes do PCC pode ter sido acerto de contas da própria facção
Cabelo Duro e a morte de Gegê do Mangue
Apadrinhado por Gegê do Mangue, que era considerado o principal nome do PCC em liberdade, Wagner Ferreira da Silva é citado em bilhete encontrado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. O local abriga Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe-máximo da facção criminosa.
“Amigos aqui é o resumo do pé quadrado [penitenciária] e mais uns irmãos. Ontem foram chamados em uma ideias, aonde nosso ir [irmão] cabelo duro deixou nois [sic] ciente que o fuminho mandou matar o GG e o Paka. Inclusive o ir cabelo duro e mais alguns irs [irmãos] são prova que os irs [Gegê e Paca] estavam roubando”", diz a mensagem escrita à caneta num pedaço de papel.
O 'Fuminho', suposto mandante das execuções de Gegê e de Paca, é Gilberto Aparecido dos Santos, apontado como gerente de Marcola nas ruas. O bilhete está sendo analisado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
Os investigadores que apuram as mortes de Gegê e Paca no Ceará acreditam que, além de ser "prova" dos supostos roubos que a dupla praticava contra a facção, Cabelo Duro pode ter atuado pessoalmente nas execuções.
De acordo com promotores ouvidos pelo portal Uol, o Cabelo Duro foi identificado como uma das pessoas a bordo do helicóptero usado na ação que culminou na morte de Gegê do Manchue e de Paca em uma reserva indígena no Ceará.
Leia também: PF prende 10 suspeitos de atuarem na distribuição de drogas e armas do PCC