Forças Armadas fazem primeira ação no RJ após Congresso aprovar intervenção

Centenas de soldados do Exército participam de varredura com cães farejadores no presídio de Japeri, que foi palco de rebelião no fim de semana

Forças Armadas permanecerão no Rio de Janeiro até o fim do ano, período de vigência do decreto de intervenção federal
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil - 20.2.18
Forças Armadas permanecerão no Rio de Janeiro até o fim do ano, período de vigência do decreto de intervenção federal

As Forças Armadas realizam nesta quarta-feira (21) a primeira ação no Rio de Janeiro após o decreto de intervenção federal na segurança pública do estado ter sido aprovado pelo Congresso . O palco da ofensiva deflagrada ainda nas primeiras horas desta manhã é a Penitenciária Milton Dias Moreira, em Japeri, na Baixada Fluminense, onde presidiários promoveram  rebelião com reféns no último domingo (18).

De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), a operação de varredura no presídio conta com o apoio de cães farejadores e visa a apreensão de "materiais ilícitos ou cuja posse não seja autorizada". A ação é realizada por 250 soldados das Forças Armadas , 100 inspetores de segurança e administração penitenciária e 30 integrantes do Grupamento de Intervenção Tática da Seap.

O órgão estadual assegurou, por meio de nota, que a atuação dos militares do Exército se dá apenas no perímetro do entorno do presídio, cabendo aos agentes da Seap inspecionar o interior da cadeia – que teve as celas esvaziadas para a operação.

Foto: PMERJ
Imagem de helicóptero da Polícia Militar mostra movimentação no pátio do Milton Dias Moreira durante rebelião ocorrida no domingo (18)

De acordo com o secretário de Administração Penitenciária do RJ, David Anthony Gonçalves, a ação desta manhã foi planejada pela própria pasta. 

"Precisávamos ver as condições de segurança da unidade e estávamos recebendo informações do nosso sistema de inteligência que precisavam ser analisadas e processadas quanto aos indícios de existência de outros materiais que estariam escondidos em locais de difícil acesso às buscas. Por conta disso, decidimos contar com o apoio técnico e equipamento especializado do Exército, que prontamente nos atendeu. E tão logo, na segunda-feira já iniciamos o planejamento para a elaboração da ação”, disse o secretário.

Sistema penitenciário sob a tutela do general Braga Netto

Gonçalves foi mantido no cargo pelo governador Luiz Fernando Pezão (MDB), muito embora os agentes do sistema carcerário do Rio de Janeiro já estejam sob o comando do general Walter Braga Netto , nomeado pelo presidente Michel Temer para ser o responsável pela intervenção na segurança pública do estado. Braga Netto também já comanda as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros fluminense.

O envolvimento das Forças Armadas na varredura do presídio de Japeri está baseado no decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para ações em apoio ao Plano Nacional de Segurança Pública. A GLO já estava em vigência antes da assinatura do decreto de intervenção e também é coordenada pelo general Braga Netto.