Um temporal atingiu o Rio de Janeiro no início da madrugada desta quinta-feira (15), provocando uma noite de terror a todos os fluminenses. As fortes chuvas causaram pelo menos quatro mortes. Duas pessoas morreram após um desabamento em Quintino Bocaiuva, na zona norte da cidade. Em Realengo, um policial militar que ia para o trabalho morreu depois que seu carro foi destruído por uma árvore.
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Pela tarde, nesta quinta-feira, mais uma morte foi confirmada pelas autoridades do Rio de Janeiro. A quarta vítima foi uma criança de 12 anos, moradora de Cascadura. Ela estava em casa quando sua residência desabou. A vítima chegou a ser levada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, a corporação recebeu o chamado de desabamento em Bocaiuva às 2h40. Ao chegar ao local, a equipe encontrou Marcos Garcia, 59 anos, e Judina Magalhães, 62 anos, mortos. Além deles, Alamir Cesar, 90 anos, foi encontrado ferido. Ele foi atendido pelos bombeiros e liberado no próprio local.
O policial militar morto pelas chuvas era Nilsimar Santos, de 48 anos. Ele trafegava na Avenida Brasil, quando tentou fugir do trânsito, mas, ao pegar um atalho na rua Recife, acabou sendo morto com a queda da árvore.
Estágio de Crise
A capital fluminense ficou em Estágio de Crise (o mais grave na escala de três estágios da Defesa Civil municipal) das 0h25 às 5h30 de hoje, quando voltou ao Estágio de Atenção (intermediário). Em Jacarepaguá, foram registrados ventos de mais de 69 quilômetros por hora (km/h).
De acordo com o Sistema de Alerta Rio, pancadas de chuva, acompanhadas de descargas elétricas e rajadas de vento atingiram a capital fluminense. O temporal provocou também a falta de luz em vários bairros do Rio e também em cidades da Baixada Fluminense.
Caos por todos os lados
O Rio Maracanã que não transbordava há mais de dois anos, depois que a prefeitura construiu piscinões para conter a água da chuva nas praças da Bandeira e Varnhagen, na Tijuca, voltou a transbordar.
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Devido ao volume de água que desceu do Maciço da Tijuca, os bairros do Maracanã e da Tijuca ficaram alagados
, as garagens de vários prédios encheram de água. A Avenida Maracanã chegou a fechar.
A Avenida Brasil, a Linha Amarela, Linha Vermelha e a Rodovia Rio-Petrópolis ficaram alagadas, deixando os motoristas presos no engarrafamento. Os túneis da Linha Amarela também foram atingidos. A Avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca, ficou com mais de 1 metro de água de altura, deixando os motoristas ilhados.
Ventania e transporte aéreo
O Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão chegou a fechar e um voo, que chegou de madrugada procedente de Buenos Aires, foi desviado para o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e outro da cidade do Panamá foi desviado para o Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte.
Para se ter uma noção do vento na região, um dirigível (tipo de balão) de uma empresa privada caiu sobre os cabos da rede elétrica do sistema de trens do ramal de Santa Cruz. Segundo a concessionária Supervia, o incidente ocorreu por volta de 1h40, na altura da Estação Vila Militar, na zona oeste. Não havia tripulantes no veículo, que teria se soltado do local onde estava atracado devido à ventania .
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O temporal no Rio de Janeiro durou cinco horas mas, depois das 2h30, o nível dos rios e córregos começou a baixar e a situação começou a se normalizar. Na Barra, choveu em uma hora o esperado para mais de um mês.
* Com informações da Agência Brasil.