O ex-governador do Amazonas José Melo e quatro ex-secretários de governo passaram a noite de ano novo presos na Superintendência da Polícia Federal, em Manaus. Os cinco foram detidos novamente no final da tarde deste domingo (31).
A Justiça Federal determinou as prisões após acatar pedido do Ministério Público para reverter decisão do juiz de plantão Ricardo Salles, que no dia 26 de dezembro libertou o ex-governador e os ex-secretários . Melo e seus ex-secretários haviam sido detidos no último dia 21 de dezembro, acusados de desvio de R$ 50 milhões da saúde pública do Amazonas .
Para a juíza federal Ana Paula Serizawa não existem documentos ou fatos novos a serem considerados e não cabe a juiz plantonista revisar decisão anterior. Com base nesses argumentos, a magistrada anulou a prisão domiciliar concedida aos acusados e determinou a expedição imediata dos novos mandados de prisão.
Segundo a Polícia Federal, ainda não há previsão de transferência dos presos do prédio da superintendência para presídio federal.
Suspeitas contra Melo
O MPF afirma haver “fortes indícios” de que o ex-governador recebeu recursos em espécie do médico e empresário Mouhamad Moustafa , preso em 2016 durante a Operação Maus Caminhos.
De acordo com o MPF, um relatório fornecido pelo Ministério da Fazenda mostra que a movimentação financeira do ex-governador era incompatível com sua renda e sugere práticas suspeitas, como a realização de frequentes saques em dinheiro em contas receptoras de transferências eletrônicas de várias origens, além de movimentação de grandes quantias em benefício de terceiros.
Ainda de acordo com o MPF , uma nota técnica do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) aponta indícios de que o aumento do patrimônio pessoal do ex-governador é incompatível com o quanto ele ganhava à época. No período, José Melo adquiriu um imóvel avaliado em cerca de R$ 7 milhões, além de ter reformado seu sítio.
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O MPF afirma ainda que as investigações apontam que o ex-secretário estadual de Administração e irmão do ex-governador do Amazonas, Evandro Melo, atuou como uma espécie de intermediário entre Mouhamad e José Melo. Evandro Melo foi preso no último dia 13 na Operação Custo Político, que apura o envolvimento de agentes públicos em esquema de pagamento de propina com recursos públicos destinados à saúde do estado. Outros 11 investigados também foram presos na ocasião, acusados de receber ao menos R$ 20 milhões em propina.
* Com informações da Agência Brasil