Presídio em Anápolis:  esquema “extremamente profissional de atividades ilegais” foi alvo da ação do Ministério Público
Divulgação/ MPGO
Presídio em Anápolis: esquema “extremamente profissional de atividades ilegais” foi alvo da ação do Ministério Público

Drogas, armas, celulares e até um motel clandestino foram encontrados dentro de um presídio do Centro de Inserção Social de Anápolis, em Goiás, durante a Operação Regalia II deflagrada na madrugada desta terça-feira (21).  

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Segundo as investigações do Ministério Público de Goiás (MP-GO), a administração do presídio teria criado, em conluio com os presos, um verdadeiro "escritório do crime" na cadeia, onde ocorria diversos tipos de atividades ilícitas, desde tráfico de drogas, passando por saída irregular de presos, homicídios e até suicídios forçados.

Na ação, as forças policiais estatais e o MP apreenderam armas brancas, drogas, e centenas de celulares. Foi encontrada, até, uma balança de precisão dentro da sala do diretor do local. Além disso, havia a informação de que um motel foi montado dentro do local, com direito a bombom sobre as camas, e controle, por meio de um caderno, das mulheres que frequentavam o local.

O esquema “extremamente profissional de atividades ilegais” foi alvo da ação do Ministério Público de Goiás, da Polícia Civil, da Polícia Militar e da Superintendência Penitenciária da SSP-GO.

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A operação realizou, ao todo, 21 mandados de busca e apreensão – inclusive no Centro de Inserção Social de Anápolis –, 7 de condução coercitiva e 11 de prisão (6 preventivas e 5 temporárias). Um deles foi cumprido em Goiânia. Houve prisões por tráfico de drogas, incluindo esposas de reeducandos, que foram presas e conduzidas à prisão.

Ocorreram ainda, de acordo com informações do MP, dois flagrantes de arma de fogo, e a apreensão de mais de R$ 30 mil dentro de celas do local, mesmo com o dinheiro tendo tido sua entrada proibida no local há tempos pela Seap.

Operação Regalia

A investigação começou em 2015, quando houve a notícia de que havia objetos entrando de forma irregular na penitenciária. Essas informações foram levantadas pela Polícia Federal, inclusive, durante operação realizada no ano passado.

A informação levantada dava conta de que bastava pagar para ter celular, ou mesmo para ter qualquer outro benefício, tudo com anuência da administração do local. Mesmo após a apreensão dos aparelhos, pouco tempo depois os mesmos voltavam a circular entre os presos, com o mesmo número de imei.

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Houve ainda informações de diversos outros crimes no presídio, como extorsão, venda de celas, pagamento semanal entre presos para poder dormir, pagamento por proteção, ameaças. Após a operação, a Seap já iniciou o processo de troca da administração, com a entrada de novos membros da direção e supervisão do local. 

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