A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira (20), em Londrina (PR), um ex-estagiário das Varas Previdenciárias da Justiça Federal  acusado de repassar diversas informações sigilosas a uma das principais organizações criminosas do País, especializada no tráfico internacional de drogas e na lavagem de dinheiro. Os investigadores suspeitam que o estudante de direito, de 20 anos, emprestou sua senha do sistema para pessoas ligadas a criminosos.

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Segundo informações presentes no processo, o ex-estagiário da Justiça Federal acessou o sistema eletrônico que organiza processos ligados à Operação Spectrum. Responsável pela investigação dos criminosos, a operação prendeu, no mês de julho, Luiz Carlos da Rocha, também conhecido como Cabeça Branca. Ele era um dos traficantes mais procurados pela Interpol e foi condenado a mais de 50 anos de prisão.

Ex-estagiário da Justiça Federal teria passado informações sobre operação que prendeu Luiz Carlos da Rocha (foto)
Assessoria de Comunicação da PF
Ex-estagiário da Justiça Federal teria passado informações sobre operação que prendeu Luiz Carlos da Rocha (foto)

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Ainda de acordo com a PF, o acusado acessou o sistema no período em que trabalhava na instituição e mesmo após ter pedido desligamento do estágio. O investigado deixou o trabalho espontaneamente em setembro. No entanto, um mês depois foram registrados acessos em seu nome, inclusive alguns feitos por meio de computadores localizados em Catanduvas (PR), onde está uma penitenciária federal.

Os acessos também foram realizados em Ponta Porã (MS) e no Paraguai. Além disso, o ex-estagiário seria namorado da filha do líder da organização, segundo a apuração da polícia. Ao determinar a prisão, o juiz federal Nivaldo Brunoni afirmou que o investigado responderá pelo crime de violação de sigilo funcional.

"Os acessos foram realizados em IPs [sigla em inglês para Protocolo de Internet] diferentes do IP de conexão interna da Justiça Federal. Isso chamou ainda mais a atenção sobre a situação e levou a autoridade policial a realizar uma série de diligências, que resultaram na identificação dos provedores dos IPs utilizados com a senha [do acusado]", disse o magistrado, em sua decisão.

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Brunoni também destacou a importância da Justiça investigar o ocorrido com o mesmo rigor da lei, ainda mais por envolver uma organização ligada ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro. O juiz adiantou, ainda, que o depoimento do acusado e buscas e apreensões realizadas pela Polícia Federal não diminuem a necessidade da custódia do ex-estagiário.

* Com informações da Agência Brasil.

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