A vida do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) vai ficar um pouco mais agradável nos próximos dias. Isso porque o presídio em que ele cumpre pena, por um processo na Operação Lava Jato , a Cadeia Pública José Frederico Marques, localizada em Benfica, na Zona Norte do Rio, ganhou equipamentos para simular um “cinema caseiro”.
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De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), o “home theater”, composto de um tocador blue ray, TV de Led 65 polegadas, caixas de som e 160 CDs, foi doado para o presídio onde Cabral está por duas igrejas evangélicas.
"Cabe ressaltar que na cadeia pública José Frederico Marques, tal videoteca está sendo instalada e funcionará nos mesmos moldes das outras unidades, com doação total dos equipamentos feitos pela referida igreja. A instalação de videotecas nas unidades prisionais estão dentro das previsões da Lei de Execuções Penais que cita a ressocialização dos internos", declarou a SAP em nota.
Essa não é a primeira vez que um presídio recebe benefícios como este. Outras quatro unidades do sistema penitenciário já receberam doações semelhantes.
No entanto, algo na história relacionada ao presente das igrejas não está claro. Isso porque uma das entidades mencionadas pela secretaria, a Igreja Batista do Méier, apresentou uma nota em sua página no Facebook alegando não ter realizado a doação.
O documento apresentado na rede social, e assinado pelo pastor presidente da igreja João Reinaldo Purin Júnior, ressalta que “não autorizou qualquer doação” e que “está adotando medidas para apurar e disciplinar quaisquer membros envolvidos no episódio ocorrido, que não agiram em nome da igreja”.
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A Comunidade Cristão Novo Dia, referida como a outra entidade mencionada pela SAP não se manifestou até o momento.
O Ministério Público do Rio já divulgou nota afirmando que já foi instaurado um procedimento para investigar a “possível prática de crimes contra a administração pública, falsidade ideológica ou material”.
Transferência suspensa
Cabral só poderá ter acesso ao aparelho de televisão por conta de uma liminar deferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes que foi contra uma determinação de transferência do ex-governador para um presídio federal, acatando o pedido da defesa do tucano.
A ordem havia partido do juiz Marcelo Bretas, com a confirmação do juiz Abel Gomes e da ministra Thereza de Assis Moura. A decisão surgiu pois, durante audiência na Justiça Federal, o ex-governador fez menção à família do juiz, que trabalha no ramo de bijuterias.
Porém, Mendes não achou que a menção à família de Bretas tenha ameaçado o juiz e que Cabral tenha recebido informações privilegiadas estando dentro do presídio, conforme tinha sido apontado pelo procurador Sérgio Pinel.
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