O tenente Davi dos Santos Ribeiro recebeu liberdade provisória após decisão da juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, titular da Auditoria da Justiça Militar do Rio. Ele é acusado de atirar e matar a turista espanhola Maria Esperanza Ruiz Jimenez, durante ação na favela da Rocinha , na capital fluminense.

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A juíza também concedeu liberdade para o soldado Luiz Eduardo de Noronha Rangel, que também se envolveu na morte da turista . Os dois respondem pelo crime de disparo de arma de fogo em via pública na Justiça Militar. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (25).

O  juiz Juarez Costa de Andrade, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro,  também já tinha determinado, nesta terça-feira (24), a liberdade temporária para o tenente na acusação de homicídio doloso, que ele responde na justiça comum.  

O titular da Divisão de Homicídios, delegado Fábio Cardoso, disse foi feita uma perícia no local do tiro, o Largo do Boiadeiro, e também no veículo, que foi usado para levar a vítima ao Hospital Miguel Couto.

“Foi um tiro de fuzil dado contra o veículo, acertou o pescoço da vítima na parte de trás, passou tangenciando o pescoço”, explica. O tiro teria acertado ainda o banco do motorista do carro. “Por muito pouco, o motorista também não foi morto com um tiro na cabeça”, disse o delegado. Ele considera “criminosa”  a ação dos agentes.

De acordo com os policiais presentes no momento do disparo, eles teriam feito uma abordagem do carro, que não teria parado. Então, teriam realizado os disparos, dois para o alto, feitos por outro policial, e dois contra o carro, estes feitos por Ribeiro.

A Polícia Militar já havia informado que segue o Manual de Abordagem, segundo o qual, em casos como este, policiais não devem fazer disparos e sim, perseguir o veículo que não obedeceu à ordem de parar e bloquear sua passagem assim que for possível.

O momento do disparo

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Reprodução/TV Globo - 23.10.2017

Turista espanhola foi morta com tiro na nuca na manhã desta segunda-feira (23), no Rio de Janeiro

De acordo com o delegado a frente do caso,  os ocupantes do carro disseram não ter visto a blitz e nem receber nenhuma ordem de parada no momento do tiro.

Em depoimento à polícia, o motorista do carro, um italiano que mora no Brasil, contou que deixou Maria Esperanza com o grupo e a guia, na Estrada da Gávea, de onde partiram para um passeio a pé pela favela. Ele os buscaria na Auto-estrada Lagoa-Barra, mas a guia solicitou que o motorista os buscasse na Rocinha por causa da chuva.

De acordo com nota divulgada pela agência de turismo que realizava o passeio, Grupo Rio Carioca Tour, o motorista foi parado e teve o carro revistado ao entrar na favela, ainda com o carro sem passageiros.  Ao chegar no Largo, buscou o grupo e seguiu em direção à saída da Rocinha. Foi neste trajeto que ele ouviu três disparos e, achando que se tratava de um tiroteio, acelerou para sair do local.

Na chegada à Auto-estrada, foi parado por um outro grupo de PMs, que mandou os passageiros descerem do carro. Neste momento, perceberam que María Esperanza havia sido baleada.

A turista tinha 67 anos e veio ao Brasil com o irmão e a cunhada. María Esperanza era da cidade de Porto de Santa Maria, na região costeira da Andaluzia, e trabalhava como comerciante imobiliária no centro histórico da pequena cidade.

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*com informações da rádio CBN

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