O prefeito de Janaúba (MG), Carlos Isaildon Mendes (PSDB), garantiu que será reconstruída ainda neste ano a creche municipal Gente Inocente, palco de incêndio criminoso que culminou na morte de ao menos nove crianças e de uma professora
(mais o autor do crime).
Segundo o prefeito, um grupo de empresários da região de Montes Claros e Janaúba se prontificou a fazer a reforma da creche. “O projeto arquitetônico será apresentado na sexta-feira (13) e dentro de no máximo 80 dias, faremos a reinauguração da creche”, disse Isaildon à Agência Brasil .
O prefeito ressaltou que a reforma e a nova mobília da creche serão todas custeadas pelos empresários, com a parceria da Fundação Abrinq, sem impacto no orçamento público. Segundo ele, todas as vítimas deverão ser homenageadas, mas a intenção é que a creche passe a levar o nome da professora Heley Abreu Batista – que morreu aos 43 anos de idade enquanto ajudava no resgate das crianças que sobreviveram à tragédia.
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Em entrevista coletiva concedida ainda na última sexta-feira (7), o prefeito havia minimizado o fato de que inexistiam equipamentos suficientes de segurança na creche. "A condição do prédio é igual à de todas as creches Brasil afora. Essa é uma tragédia que o Brasil inteiro tem que ficar alerta e levar um aprendizado. O Brasil todo vai revisar agora suas políticas de assistência à saúde e à educação", disse o prefeito.
Idailson prometeu que, já a partir desta semana, a prefeitura da cidade passará a avaliar junto ao Corpo de Bombeiros a condição de segurança em todos os prédios públicos da cidade.
A tragédia
A tragédia de Janaúba ocorreu na manhã da última quinta-feira (5) , quando o vigia da creche Gente Inocente, Damião Soares dos Santos, de 50 anos, ateou fogo em crianças e nele mesmo. A professora Heley tentou impedi-lo fisicamente e também ajudou no resgate de crianças. Ela morreu com 90% do corpo queimado e recebeu nesse domingo (8), por seu ato de heroísmo, a Ordem Nacional do Mérito .
Além das nove crianças mortas e da professora, outras 39 pessoas foram vitimadas pelas chamas e precisaram receber atendimento médico em hospitais de Janaúba, Montes Claros e Belo Horizonte. Até esse domingo, um total de 23 pessoas permaneciam internadas.
De acordo com a polícia, o vigia Damião Soares sofria de depressão
, mas a prefeitura de Janaúba assegura que "não há registro de atendimento nos diversos dispositivos da rede de saúde mental" da cidade. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que "o senhor Damião Soares dos Santos nunca solicitou e utilizou dos serviços de saúde mental prestados pelo município, bem como do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II)".
*Com informações e reportagem da Agência Brasil