Chefe do Comando Vermelho, My Thor teria atuado no resgate de seu irmão, Fat Family (foto), de hospital no Rio de Janeiro
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Chefe do Comando Vermelho, My Thor teria atuado no resgate de seu irmão, Fat Family (foto), de hospital no Rio de Janeiro

Em meio à crise de segurança desencadeada por disputa entre criminosos na favela da Rocinha , na zona sul do Rio, os poderes Executivo e Judiciário do Rio de Janeiro tentam evitar o retorno de chefes do crime organizado que estão presos ao estado.

O Tribunal de Justiça do  Rio de Janeiro (TJ-RJ) anunciou nesta sexta-feira (29) que o juiz Rafael Estrela, da Vara de Execuções Penais, encaminhou pedido à presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que o traficante Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, conhecido como My Thor, permaneça no presídio federal de Catanduvas (PR) – onde ele cumpre pena desde 1996.

Ex-comandante do tráfico no Morro de Santo Amaro, na zona sul do Rio, My Thor ainda integra a "mais alta cúpula" do Comando Vermelho (CV), a maior facção criminosa do Rio, conforme reconhece o serviço de inteligência da Polícia do Rio.

O criminoso é conhecido por adotar meios cruéis contra aqueles que descumprem suas ordens e é irmão do traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, o Fat Family, que foi  morto pela polícia no ano passado após protagonizar fuga cinematográfica do Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio.

O juiz Rafael Estrela alegou no pedido encaminhado ao STJ que My Thor "exerce liderança no crime organizado no Rio" e inclusive teria influenciado na ação de resgate de seu irmão do hospital em julho do ano passado. Ainda segundo o juiz, há ainda informações de que o criminoso "teria participado com outros traficantes do plano para retomar a Rocinha de uma facção rival".

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Batman

O mesmo magistrado da VEP do Rio de Janeiro atendeu a pedido do secretário de Segurança do estado, Roberto Sá, e decidiu por renovar a permanência do miliciano Ricardo Teixeira da Cruz, conhecido como Batman, no presídio federal de Mossoró (RN), onde ele está desde 2009.

Ex-policial militar, o Batman foi expulso da corporação em 1992 e chefiava a milícia conhecida como Liga da Justiça, que atuava na zona oeste do Rio.

“A permanência do apenado fora dos limites do Estado do Rio é um importante obstáculo ao fluxo de comunicações entre tais líderes e seus comandados, no que tange à transmissão de ordens ilícitas, o que viabiliza a continuidade da austera política de segurança pública implementada pelas autoridades fluminenses”, escreveu Estrela em sua decisão.

Na terça-feira (26), o juiz também solicitou ao STJ que o miliciano Toni Angelo Souza Aguiar, considerado o braço-direito do Batman, também permaneça no presídio no Rio Grande do Norte.

As iniciativas do Governo e Justiça do Rio para tentar bloquear os caminhos de volta de líderes do crime ao estado representam um eco dos confrontos que provocaram pânico na favela da Rocinha, na zona sul, nos últimos dias.

A origem da guerra na comunidade em São Conrado foi uma rixa entre o traficante Nem da Rocinha, que está preso em Rondônia, e o atual número-um do comércio de drogas na favela, Rogério 157.

Reportagem publicada nesta sexta-feira (29) pelo jornal O Globo indica que até 55 chefes de facções criminosas que estão detidos fora do Rio de Janeiro podem acabar retornando ao estado por decisões judiciais.

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