Os traficantes Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, Ivan da Silva Martins, o Ivanzinho, Alan Francisco da Silva, o Bilan, Michael Ferreira de Souza, o Rabicó e Horácio Ferreira do Nascimento, o Orelhinha, membros do tráfico de drogas da Rocinha, tiveram a prisão preventiva pelo crime de homicídio qualificado decretada nesta quarta-feira (27). A decisão foi do juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, do 3º Tribunal do Júri da Capital do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, os réus entraram em confronto com 11 policiais militares que faziam patrulhamento de rotina no dia 23 de julho, na comunidade do Vidigal. O PM Hudson Silva de Araújo foi morto no tiroteio. O processo também aponta os traficantes como os responsáveis pelos conflitos que ocorrem desde domingo (17) na Rocinha , comunidade na zona sul da cidade, e também em outros pontos da cidade.
Para o juiz, o perfil violento dos denunciados e a certeza de impunidade dos integrantes do tráfico têm levado à prática deste tipo de conduta corriqueiramente no estado. “Estes acusados, liderados, pelo menos os indícios sugerem, pelo acusado de vulgo Rogerinho 157, são os responsáveis pelo atual clima de terror na comunidade, travando guerra sangrenta responsável pela intervenção das tropas federais no estado”, apontou o juiz na decisão.
O juiz destacou, em sua decisão, que a população carioca está "assombrada com a onda de violência promovida em todas as vias públicas por criminosos armados de fuzis, todos integrantes das quadrilhas de traficantes". " Vejo como efetiva promoção de terror emocional no povo”, destacou o juiz.
Entenda o caso
Na sexta-feira passada (22), quando 950 integrantes das Forças Armadas se juntaram a equipes das polícias estaduais para uma operação integrada na comunidade, uma pessoa da família de Rogério 157 chegou a entrar em contato com o chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal no Rio de Janeiro, delegado Carlos Eduardo Thomé, para negociar a rendição do traficante. Entretanto, as conversas não prosseguiram e o familiar de Rogério 157 não mais procurou a PF.
A disputa entre duas facções pelo poder na comunidade , que um dia já foi pacificada, dura quase uma semana. Um dos responsáveis por essa guerra na favela é Rogério 157. Ele chegou a fugir da favela quando o confronto começou, porém decidiu voltar para manter seu poder no tráfico de drogas do local.
Na madrugada do sábado (23), Rogério 157 e outros traficantes renderam um taxista em uma rua do Jardim Botânico, na Zona Sul, e o obrigaram a dirigir em direção à comunidade. No entanto, na entrada do Túnel Rafael Mascarenhas, os criminosos atacaram uma viatura da Polícia Militar, que iniciou perseguição ao veículo.
Quando estavam próximos ao Túnel Zuzu Angel, houve nova troca de tiros com a guarnição do Exército, segundo depoimento do taxista que escapou ileso do tiroteio. Os criminosos conseguiram escapar da polícia e entraram na mata, que dá acesso à comunidade.
O delegado Antônio Ricardo, titular da 11ª Departamento Policial que fica na Rocinha, confirmou que Rogério 157 conseguiu retornar ao morro. Para tentar prender o traficante, a polícia do Rio de Janeiro chegou a oferecer uma recompensa no valor de R$ 30 mil por informações que os levem ao criminoso . Porém, com a crescente tensão no local o Portal dos Procurados do Disque Denúncia aumentou para R$ 50 mil a recompensa por informações que levem à prisão do traficante.
* Com informações da Agência Brasil