Por muitas vezes tenho escrito matérias Policiais sobre a ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) onde as ocorrências começam com uma simples abordagem de rotina após uma atitude suspeita. Durante a tarde deste sábado (16), conversei com o Tenente Soares e ele me explicou como funciona o famoso “tirocínio” policial e como esse faro ajudou na prisão de um falsificador de notas na capital.
Se você não está ambientado com o trabalho da ROTA , o Tenente me contou que os PMs passam por treinamento em sala de aula durante a semana, além do trabalho nas ruas. Durante esse tempo atrás da carteira de aluno, os Policiais têm aulas de Direito, mas também passam por treinamento para pegar no mínimo detalhe os criminosos que tentam desviar o olhar de uma viatura da Polícia.
Eu indaguei o Tenente se, durante as abordagens de rotina a indivíduos em atitude suspeita, ocorrem mais acertos ou erros. Vejam a resposta: “Nós passamos por muitos treinamentos, se o indivíduo não estiver com nenhum flagrante na hora, pelo menos uma passagem pela Polícia ele possuiu. E foi em uma dessas abordagens que prendemos o falsificador. Ele pensou que ia nos enganar”, disse o Tenente.
Na tarde desta sexta-feira (15), a equipe que além do Tenente contava com o Cabo Wesley, o Cabo Victor e o Soldado Correa, fazia um patrulhamento de rotina pela favela de Heliópolis, quando um homem tentou se esconder atrás de um carro ao avistar a viatura se aproximar.
“Nós vimos essa reação dele de longe e, quando chegamos perto, desembarcamos e perguntamos o por que ele tinha tentado disfarçar”, narrou o Tenente.
De acordo com o Policial, o homem estava apenas com seu aparelho de celular e a carteira. Até aí nada de errado. Mas foi só a ROTA começar a fazer a entrevista que as coisas foram ficando cada vez mais claras.
“Quando ele viu que íamos fazer a pesquisa do RG no nosso sistema, ele acabou revelando que já tinha sido preso por falsificação de notas e que tinha sido liberado após sua audiência de custódia. Aí pegamos e encontramos cinco notas falsas dentro da carteira do suspeito. O que indicava que ele continuava na prática do mesmo crime”, revela o Tenente Soares.
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Três por uma
No celular do criminoso, os Policiais encontraram várias conversas onde ele negociava as notas falsas com seus compradores. “Ele tinha uma tabela de preços, normalmente trocava três notas falsas por uma verdadeira. Ou seja, 900 em moeda falsas equivaliam a R$ 300. Ele entrava em contato com o comprador pelo aplicativo de conversas de celular e combinava o local onde seria feita a troca. Para manter seu segredo, sempre tinha alguém que realizava a troca para ele, o comparsa”, explica o Tenente.
O suspeito não revelou onde produzia as notas, mas disse que usava a mesma nota como matriz para poder produzir em larga escala. No último mês ele alegou ter lucrado R$ 10 mil com o esquema ilícito. O homem acabou sendo preso e levado para a Polícia Federal e vai responder por falsificação de moeda.
“As notas eram bem verdadeiras. Não era papel moeda, mas era uma réplica perfeita. Dessa vez ele vai ficar preso e parar com esse crime”, finaliza o Tenente. Mas se algum juiz soltar, a ROTA (detalhista) está na rua e vai pelos mínimos detalhes minando qualquer tipo de crime, até aquele que você nem percebe.
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