Após quatro dias internado, Joesley Batista deixa hospital em São Paulo

Um dos donos da JBS, Joesley estava com dores no nervo ciático, sendo internado no Albert Einstein na semana passada. Veja mais informações

Um dos donos da JBS, Joesley Batista estava sofrendo com dores no nervo ciático
Foto: Ayrton Vignola/ Estadão Conteúdo 14.03.2011
Um dos donos da JBS, Joesley Batista estava sofrendo com dores no nervo ciático

O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS , recebeu alta pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo, nesta sexta-feira (30), quatro dias depois de ter sido internado em decorrência de fortes dores no nervo ciático. A assessoria de imprensa do hospital informou sobre a liberação apenas nesta segunda-feira (3).

Leia também: PF mira em empresas de ônibus no Rio e apura R$ 122 milhões entregues a Cabral

A JBS, porém, não confirmou se ele está em São Paulo ou já saiu da capital paulista após a alta do hospital. No Brasil desde o dia 11 de junho, Joesley Batista havia deixado o País em um avião particular depois da divulgação de gravações feitas por ele de uma conversa que teve com o presidente da República Michel Temer. Assim, permaneceu por quase um mês vivendo no exterior.

Depoimento-bomba

Os irmãos Batista fizeram um acordo de delação premiada, e seus depoimentos acabaram motivando o oferecimento da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer pelo crime de corrupção passiva.

No dia 16 de junho, foi publicada uma entrevista da revista “Época” com o empresário, um dos proprietários do grupo J&F, controladora da JBS. A conversa revela mais sobre como o executivo tratava as propinas com Michel Temer (PMDB), o qual se refere como “o chefe da maior e mais perigosa organização criminosa” do país, Eduardo Cunha e Lúcio Funaro.

Leia também: PF prende empresário alvo de operação em aparente 'tentativa de fuga' no Galeão

A publicação da revista detalhou como era a relação do empresário com Temer desde o início em 2009, 2010, quando se conheceram por meio do ex-ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, que atuou durante os governos de Lula e Dilma. Segundo o executivo, nunca houve um laço de amizade, e sim “institucional”.

Para ele, o presidente o via como um empresário que “poderia financiar as campanhas dele e fazer esquemas que renderiam propina”. Mesmo com a distância afetiva, Batista afirmou que sempre teve total acesso a Temer, os dois sempre se ligavam e trocavam mensagens para marcar encontros para conversar sobre interesses políticos, pedidos de favores ou solicitar informações.

Leia também: Homem atropela pedestres próximo ao aeroporto de Boston nos EUA

Organização criminosa

Ao dizer que Temer era o “chefe da quadrilha”, Joesley Batista afirma que os peemedebistas Eduardo Cunha, Eduardo Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Padilha e Moreira Franco eram os membros da “organização criminosa”. “Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar com eles. Por outro lado, se você baixar a guarda, eles não têm limites. Então meu convívio com eles foi sempre mantendo a meia distância: nem deixando, eles aproximarem demais nem deixando eles longe demais”, declarou.