A Polícia Militar do Estado de São Paulo prepara licitação para comprar um novo tipo de pistola. A intenção da corporação é de adquirir 5 mil pistolas calibre .40, que substituirá modelos da empresa nacional Taurus, usados desde a década de 90.

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Rota será um dos grupamentos da Polícia Militar de São Paulo que receberá o novo armamento
Major Ambar
Rota será um dos grupamentos da Polícia Militar de São Paulo que receberá o novo armamento

A Polícia Militar só conseguiu autorização do Exército Brasileiro para comprar o novo modelo de pistola no exterior, após ter sido verificado vários problemas no modelo atual, como quebra de canos de submetralhadoras e disparo acidental em manuseio e quedas.

"As submetralhadoras apresentavam problemas estruturais (falha de projeto). Você imagina que no cano da arma, no momento do disparo, a arma apresentava uma falha estrutural, uma trinca no cano. Com isso, por uma questão contratual, a PM pediu a substituição do material, mas a Taurus não conseguiu apresentar uma solução e ficou proibida de vender para todas as instituições públicas do país e de participar de licitações, não só em São Paulo", revelou o Major Valério da Polícia Militar.

A decisão de efetuar a compra do armamento importado é algo inédito em São Paulo e segundo o Governo do Estado já são nove as empresas interessadas na disputa. Taurus, Glock, HK, Beretta, Walther, Sig Sauer, CZ, Steyer e Imbel. " A gente espera que a disputa traga, também, uma economia para o Estado, quanto maior é a competição, maior a busca pela queda do preço. A expectativa é comprar uma arma melhor por um preço menor", afirmou o Major.

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O edital da concorrência tem algumas exigências para a compra do novo material. Os policiais querem uma arma semiautomática moderna, apta para usar munição nacional e importada. Além disso serão exigidos cinco dispositivos de segurança diferentes, capazes de serem acionados tanto por destros quanto por canhotos, além de travas, impedindo que haja disparo acidental de qualquer tipo, suportando quedas ou acidentes.

A arma será submetida a diferentes testes de estresse, pressão, choque, desmonte e acidentes, caindo de uma altura de 1,6 metros das mais diversas formas, sem disparar acidentalmente, e passar por situações diversas de ação, realizando 10 mil disparos.

"As armas que estamos comprando passam por normas muito mais rigorosas do que as do Brasil. Como se trata de uma licitação internacional temos que seguir os padrões muito mais rigorosos. Com isso, você espera ter uma arma melhor, principalmente no aspecto de segurança. O armamento tem que ser seguro em qualquer circunstância, tem que ser segura para o policial e para todos os envolvidos em uma ação policial. Vale lembrar que a Taurus é uma grande empresa e que está tentando resolver seus problemas, mas nossa questão é só contratual", disse o Major Valério.

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Segundo comandante geral da PM, coronel Nivaldo Restivo, o armamento será destinado às unidades do Choque, como as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), que atua em situações com reféns e motins em presídios, e também tropas especializadas em contenções de distúrbios civis.

Por fim, o Major Valério afirma ainda que as armas que saem de uso normalmente são destruídas, mas que no caso do armamento da Taurus, elas ficaram a disposição para análise dos problemas e outras questões processuais.

Em nota, a Taurus disse que não comentará processos licitatórios ou administrativos em curso. As alegações a respeito de supostos problemas em suas armas não se sustentam. Isto é confirmado tanto por laudos periciais como pela verificação pelo Exército Brasileiro do processo produtivo da Taurus.

Ainda assim, essas alegações são retomadas periodicamente como parte de uma campanha negativa contra a companhia, motivada por interesses comerciais e financeiros. 

A Taurus tem uma longa relação com a PMSP e sempre procurou atender as necessidades da instituição da melhor forma possível. Além disso, se empenha em resolver prontamente quaisquer dúvidas ou questões que surgem. Portanto, é incorreto supor que a licitação da PMSP se deve a problemas nas armas da Taurus. A decisão se deve provavelmente a necessidades específicas que a PMSP considera que serão melhor atendidas dessa forma.

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