O governo do Espírito Santo anunciou na noite desta sexta-feira (10) a assinatura de um acordo com as associações que representam os policiais militares do Estado para suspender a paralisação dos agentes e para a retomada das atividades já no sábado (11), a partir das 7h.
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“Conversamos com os nossos soldados e pedimos bom senso e que retomem as atividades. São mais de 100 mortes”, disse o secretário estadual de Direitos Humanos, Júlio Cesar Pompeu. O secretário afirmou que não negociou com as esposas dos policiais que bloqueiam os acesos aos batalhões desde a última sexta-feira (3) no Espírito Santo .
De acordo com Júlio, a responsabilidade pela segurança é dos policiais, e não das esposas. “Peço que eles conversem com as esposas e retornem ao trabalho.”
Pelo acordo, segundo o secretário, os militares não sofrerão sanções administrativas, mas o indiciamento de 703 policiais pelo crime de revolta será julgado pela Justiça.
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Caos no estado
Desde sábado (4), 121 homicídios já foram registrados na região. Na manhã desta sexta-feira, 703 policiais militares foram indiciados pelo crime de revolta por estarem armados e aquartelados nos batalhões. O presidente Michel Temer enviou também nesta sexta uma nota à imprensa, criticando a greve dos policiais militares no Espírito Santo.
"O presidente tem se informado todos os dias com o governador Paulo Hartung e vai fazer todos os esforços para que o Espírito Santo retorne à normalidade o quanto antes. Agirá da mesma forma sempre que necessário, em todos os locais onde for preciso. O presidente ressalta que o direito à reivindicação não pode tornar o povo brasileiro refém. O estado de direito não permite esse tipo de comportamento inaceitável", diz a nota.
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Interlocutores do governo federal informam que o Planalto está em alerta em relação à possibilidade de que outros movimentos grevistas de policiais militares se espalhem por outros estados brasileiros. Essa preocupação, afirmam, pode levar o presidente a acelerar a indicação do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, cujo titular, Alexandre de Moraes, se licenciou após ser indicado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
*Com informações da Agência Brasil