O advogado do empresário Eike Batista, preso na manhã desta segunda-feira (30) no Rio de Janeiro , afirmou que ainda não conversou com o cliente e que a estratégia de defesa ainda não foi definida. O primeiro objetivo será tomar as medidas jurídicas cabíveis para preservar a integridade física do empresário, afirmou Fernando Martins.
Segundo o advogado, Eike Batista ainda não se posicionou sobre um possível acordo de delação premiada. “Ontem, ele deu entrevista de que passaria a limpo. Eu entendi daquela entrevista que é prestar os esclarecimentos necessários. Nós vamos agora definir a linha de defesa em conjunto”.
O empresário chegou por volta das 11h20 ao Presídio Ary Franco , em Água Santa, zona norte do Rio de Janeiro. Ele foi preso por agentes da Polícia Federal logo após desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão de um voo vindo de Nova York. Na sequência, passou por exame de corpo de delito no Instituo Médico-Legal.
Lava Jato
O proprietário do grupo EBX é suspeito de lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção que também atinge o ex-governador do Rio Sérgio Cabral.
O empresário e o executivo Flávio Godinho, seu braço direito no grupo EBX e vice-presidente do Flamengo, são acusados de terem pago US$ 16,5 milhões a Cabral em troca de benefícios usando uma conta fora do país. Os três também são suspeitos de terem obstruído as investigações.
Eike estava foragido desde quinta-feira (26). Os advogados informaram que ele havia viajado a trabalho para Nova York e que voltaria ao Brasil para se entregar. A Polícia Federal pediu a inclusão de seu nome na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional .
Considerado o homem mais rico do Brasil e o sétimo do mundo pela revista Forbes em 2012, o empresário já chegou a ter uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões. As empresas do grupo EBX atuam na área de mineração, petróleo, gás, logística, energia e indústria naval. Após uma crise em 2013, entretanto, passou a deixar o controle de suas companhias e vender seu patrimônio.
O nome de Eike Batista apareceu na semana passada no âmbito da Operação Eficiência, um desdobramento da Operação Calicute, que foi a primeira fase da Lava Jato no Rio de Janeiro, sobre propinas pagas por grandes empreiteiras a partidos e políticos para obter contratos da Petrobras.