No que depender do presidente da Riotur, Marcelo Alves, a Quarta-Feira de Cinzas nunca vai chegar. “Nossa missão é fazer com que o clima de Carnaval se estenda para os meses seguintes a esse grande espetáculo”, afirma, com empolgação, o publicitário de 44 anos, carioca de Bangu, que se declara “enlouquecidamente apaixonado pela cidade do Rio de Janeiro”.

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Com o Carnaval , Alves traçou como meta profissional e pessoal alavancar a posição do Rio no ranking das 100 cidades mais visitadas do mundo. O plano é para lá de ambicioso. “O Rio está na 92ª posição. Um lugar muito abaixo da expectativa. Nossa missão é, no mínimo, colocar a cidade entre as 10 mais. É um desafio gigantesco, mas o Rio pode. E a gente pode sonhar grande”, afirma.

Marcelo Alves é especialista em marketing hoje, mas no passado já foi ritmista da Mocidade Independente
Severino Silva / Agência O Dia
Marcelo Alves é especialista em marketing hoje, mas no passado já foi ritmista da Mocidade Independente

E essa longa jornada começa agora, no embalo da maior festa da cidade, que atrai gente de todo o mundo para o Rio: o Carnaval. “Além de ser o momento em que deixamos o estresse de fora, Carnaval, para nós é um negócio inquestionável”, garante Alves, que destaca a importância da folia para o Rio. “A cidade precisa do Carnaval como receita, geração de emprego, visibilidade para o mundo. Então, nosso papel é dar mais apoio e projeção, para quem não veio agora, venha no próximo ano. Ou em outras épocas”, explica ele, prevendo que o Carnaval deste ano, cujo orçamento foi de R$ 56,5 milhões, gere receita superior a R$ 3 bilhões.

Hoje, Alves é especialista em marketing, mas no passado já foi bamba. “Era ritmista da Mocidade (Independente de Padre Miguel, sua escola de coração), tocava rip-nic. Nos meus 21, 22 anos, ia para o ensaio todo sábado, com o maior prazer, com o maior amor”, lembra. Para ele, a folia não é nenhum mistério. “Conheço o Sambódromo na palma da mão. Desfilei na Mocidade, Rocinha, Beija-Flor. Trabalhei no Carnaval 15 anos seguidos, produzindo camarotes. Carnaval está no meu sangue!”, conta.

Entretanto, para Alves, este ano não vai ser igual àquele que passou. Em vez de farra, trabalho. “Até porque estou recebendo muitos convidados estrangeiros e nacionais, presidentes de companhias aéreas, grandes redes de hotéis, de empresas que querem investir no Rio, através do patrocínio de grandes eventos. Este é o meu papel: recebê-los para que se encantem com a cidade e façam negócios aqui. Eu sou o grande anfitrião”.

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Bloco Tambores de Olokun no aterro do Flamengo
Márcio Mercante / Agência O Dia
Bloco Tambores de Olokun no aterro do Flamengo


Rio vai abraçar São Paulo

O presidente da Riotur vai ampliar as campanhas para atrair cada vez mais os turistas domésticos para o Rio de Janeiro. Este segmento gerou receita de R$ 9,1 bilhões em 2015. “O turista que está em Salvador, Florianópolis, em Gramado, vai tropeçar na marca e belezas do Rio de Janeiro. Vamos fazer uma comunicação muito imponente”, anunciou.

Marcelo Alves, no entanto, dedica um carinho especial aos paulistas. E não é para menos. É de São Paulo que vem o maior fluxo de turistas nacionais. “’Vem pro Rio’ é a mensagem aos amigos de São Paulo. Estamos de braços abertos para recebê-los”, afirmou.

No verão e Carnaval de 2016, a participação dos turistas de São Paulo foi de 25,7% em relação ao fluxo doméstico de 1,026 bilhão para o período, totalizando cerca de 264 mil viajantes. Para este ano, a estimativa é que a quantidade de turistas paulistas cresça 5%.

Menos blocos, mais palcos

O primeiro Carnaval de Marcelo Alves, como presidente da Riotur, não foi planejado por ele. A organização ficou a cargo da administração anterior. “A gente, de fato, assume o Carnaval, com nossos desejos, orçamento e melhorias no ano que vem. Esse já veio fechado, não tenho muita margem de manobra”, explicou.

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No entanto, a folia de rua vai ter novidade. A quantidade de banheiros químicos aumentou de 25.500 para 31.800. O número de palcos com shows gratuitos será de 16, sendo um deles montado no Boulevard Olímpico.

O número de blocos, entretanto, foi reduzido em 53. Este ano, serão 452 blocos e bandas nas ruas. Em compensação, pela primeira vez, um bloco de fora do Rio foi autorizado a participar da folia. É o Bloco Eva, de Salvador. “Mas, nada de abadá ou cercadinhos”, adverte o presidente da Riotur.

Bloco Escravos da Mauá, na Pedra do Sal, Praça Mauá.
Márcio Mercante / Agência O Dia
Bloco Escravos da Mauá, na Pedra do Sal, Praça Mauá.


1,1 MILHÃO

Quantidade de turistas nacionais e estrangeiros que devem chegar à cidade para curtir o Carnaval carioca. Segundo pesquisas, o tempo médio de permanência dos viajantes internacionais na cidade é de cinco dias

R$ 3 BI

É a estimativa de receita que o Carnaval deste ano deve gerar. No período da folia, o turista estrangeiro gasta, em média, R$ 2,4 mil. Mais do que o dobro do doméstico: R$ 1 mil. Praias, Corcovado e Lapa estão entre os pontos mais visitados

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