Em entrevista coletiva na manhã deste domingo (15) as autoridades de segurança público do estado do Rio Grande do Norte afirmaram ter identificado seis responsáveis pelo comando da rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia da Floresta, na região metropolitana de Natal.

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Penitenciária de Alcaçuz, onde rebelião ocorrida no sábado deixou ao menos dez mortos, sofre com fugas frequentes
Divulgação/PMRN
Penitenciária de Alcaçuz, onde rebelião ocorrida no sábado deixou ao menos dez mortos, sofre com fugas frequentes


A rebelião , resultado da briga entre as facções criminosas – Primeiro Comando da Capital (PCC) e Sindicato do Crime RN, começou por volta das 17h do sábado (14) e só foi contida pela manhã deste domingo (15).

Segundo os secretários estaduais da Justiça e da Cidadania, Walber Virgolino da Silva Ferreira, e da Segurança Pública e Defesa Social, Caio César Marques Bezerra, a participação de outros detentos na rebelião ainda está sendo investigada pela polícia. Os secretários afirmaram ainda que, os detentos, cujo envolvimento seja provado, vão responder a processo criminal e podem ser transferidos para presídios federais de segurança máxima.

O número exato de mortos e feridos ainda está sendo averiguado, mas a primeira estimativa é de 10 mortes. Em coletiva de imprensa concedida pela manhã, em Natal, o secretário estadual da Justiça e da Cidadania, Walber Virgolino, confirmou a morte de pelo menos dez detentos, mas não descartou a hipótese deste número ser maior. Apesar das mortes e dos danos materiais à penitenciária, o secretário da Justiça e da Cidadania classificou a operação de retomada do controle da unidade como um sucesso.

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"Durante a semana, sofremos críticas dizendo que quem mandava no sistema penitenciário do Rio Grande do Norte não era o estado. Se o estado não tivesse total controle, outras unidades prisionais tinham se rebelado, como aconteceu em 2015. Por que eu digo que foi um sucesso? Porque conseguimos evitar um maior número de mortes. O pavilhão [rebelado] tem 200 presos. Se morreram dez ou 20 é ruim. Ninguém queria que isso acontecesse, mas podiam ter morrido os 200", disse Virgolino, destacando o fato de nenhum agente penitenciário ou policial militar ter sido ferido durante a rebelião.

Reação

As mortes em Alcaçuz são mais um episódio da guerra entre facções criminosas que disputam o controle de atividades ilícitas, sobretudo do narcotráfico. De acordo com as autoridades potiguares, as rebeliões e as chacinas de presos registradas no Amazonas e em Roraima nos primeiros dias do ano “estimularam” os detentos do Rio Grande do Norte. Segundo Virgolino, em todas as unidades da federação do país, o clima no sistema prisional é de tensão. No decorrer da última semana, a Polícia Militar (PM) já tinha apreendido armas e celulares no interior da penitenciária.

“Como em qualquer outro canto do país, no Rio Grande do Norte há uma briga entre facções criminosas. Há uma organização de nível nacional que está tentando dominar o Brasil. E há as facções locais que tentam impedir esse crescimento", comentou Virgolino, confirmando que, no interior da Penitenciária de Alcaçuz, há detentos que afirmam pertencer ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e outros ligados à Família do Norte (FDN), facções rivais, que são os responsáveis pela rebelião ocorrida em Alcaçuz. 

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