Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em Roraima, abriga quase o dobro de sua capacidade
Reprodução/ Google Maps
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em Roraima, abriga quase o dobro de sua capacidade

Após a rebelião que terminou com 33 mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, a governadora de Roraima, Suely Campos (PP), enviou nesta segunda-feira (9) ofício ao presidente Michel Temer (PMDB) solicitando “urgência” no envio de auxílio do governo federal para conter a crise penitenciária no Estado.

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No documento, enviado com cópia ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, a governadora de Roraima fez quatro solicitações à União. A primeira demanda é para que o governo federal envie ao Estado 100 agentes da Força Nacional de Segurança Pública para auxiliar no controle da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.

A governadora cita que não tem como deslocar mais policiais militares para reforçar a segurança no presídio . Isso porque, segundo ela, 13% do efetivo da corporação do Estado está destinado à companhia de guarda do sistema prisional.

Outra solicitação feita é para que a União envie ao Estado, para atuar junto com a Força Nacional, equipes da Força de Intervenção Penitenciária Integrada, que atuaram no ano passado no Ceará. A demanda, segundo a governadora, já recebeu posicionamento positivo da Diretoria do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça .

Suely Campos citou o repasse de R$ 44,7 milhões efetuado pela União no dia 26 de dezembro para investimento no sistema carcerário. Entretanto, afirmou que o Estado precisa de mais R$ 9,9 milhões para o término da construção da Penitenciária de Rorainópolis, “a qual foi iniciada e abandonada na gestão passada”. O recurso também será utilizado para a conclusão do anexo da Cadeia Publica de Boa Vista. As duas obras ampliarão a oferta de vagas em 660. A verba também será empregada na compra de equipamentos para os agentes penitenciários.

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A última solicitação feita pela governadora ao presidente é para que o Ministério da Justiça disponibilize oito vagas em presídios federais de segurança máxima para detentos identificados como líderes de facções criminosas. Segundo ela, as transferências já foram solicitadas à Vara da Execução Penal da Comarca de Boa Vista .

Por fim, a governadora garantiu que o governo estadual “jamais fechou os olhos para a grave crise carcerária do nosso Estado, contudo, a solução passa pela atuação conjunta com a União”.

Veja o ofício enviado à União


Assassinatos

A onda de mortes em massa em presídios brasileiros em 2017 teve início em Manaus (AM) na tarde do dia 1º. Pelo menos 56 presos foram assassinados no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). O motim só foi controlado no dia seguinte. No domingo (8), nova rebelião, desta vez na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, também na capital do Amazonas, deixou pelo menos quatro vítimas fatais .

Em Roraima, 33 detentos foram mortos na madrugada de 6 de janeiro na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo. A principal suspeita é de que os homicídios sejam motivados por brigas entre facções criminosas rivais.

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