Pelo menos trinta e três presos foram encontrados mortos na manhã desta sexta-feira (6), na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), a maior de Roraima. As mortes aconteceram durante a madrugada, segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) do estado.
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De acordo com nota divulgada pela secretaria, a "situação está sob controle". O Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar (PM) estão na unidade, que fica na zona rural de Boa Vista, capital de Roraima .
As mortes ocorrem quatro dias após a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, que causou a morte de 56 presos, sendo a maior carnificina em presídios desde o massacre do Carandiru.
Decapitados em outubro
Em outubro do ano passado, vinte e cinco presos foram assassinatos durante uma rebelião na mesma penitenciária , em Boa Vista. No episódio, cerca de cem familiares de presos, que visitavam o local, foram feitos reféns.
A confusão entre os detentos começou quando homens da ala 14 quebraram os cadeados e invadiram a ala 12 do presídio. De acordo com a Polícia Militar, entre os mortos, sete foram decapitados e outros seis foram queimados. As pessoas que foram feitas reféns foram liberadas após intervenção da PM.
Responsabilidades
Nesta quinta-feira (5), o secretário de Justiça, Alexandre Moraes, chegou a se pronunciar sobre o massacre em Manaus, afirmando que, como a penitenciária é privatizada, a “responsabilidade visível e imediata” das mortes é da empresa Umanizzare, responsável pela administração do presídio.
“O presídio é terceirizado. Não é uma PPP [Parceria Público-Privada]. É terceirização dos serviços. Basta verificar os fatos para ver que houve falha da empresa. Não é possível que entrem armas brancas e armas de fogo, e que todos saibam antes, pela internet, por meio de selfies de presos. Quem tinha a responsabilidade imediata para verificar essa entrada e a festa de final de ano é a empresa que faz a segurança”, disse o ministro em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, minimizando o papel do poder público no episódio em Manaus .
Em Roraima, a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo é a maior unidade prisional do estado e até outubro abrigava mais de 1,4 mil presos, o dobro da sua capacidade. O presídio, nesse caso, é administrado pelo próprio estado.