Cristiano Carvalho, representante comercial da Davati no Brasil, na CPI da Covid
Divulgação/Agência Senado/Pedro França
Cristiano Carvalho, representante comercial da Davati no Brasil, na CPI da Covid

O representante comercial da  Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho, disse na sessão da CPI da Covid nesta quinta-feira (15) que o  reverendo Amilton Gomes de Paula foi o responsável pela intermediação entre a Davatti e o Ministério da Saúde para a venda das supostas 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca. Assista:


Segundo o representante da Davati, existiu um pedido de propina, o qual ele se refere como "comissionamento". Conforme afirma Cristiano, o pedido veio do  do grupo do tenente-coronel Blanco e da pessoa que o tinha apresentado ao Blanco, que é de nome Odilon.

"A informação que veio a mim, vale ressaltar isso, não foi o nome propina. Ele [Dominghetti] usou comissionamento. Ele se referiu a esse comissionamento sendo do grupo do tenente-coronel Blanco e da pessoa que o tinha apresentado ao Blanco, que é de nome Odilon", informou.

Cristiano também disse não saber como a empresa iria fornecer 400 milhões de doses do imunizante ao Ministério da Saúde, como prometia na negociação. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão parlamentar, lembrou que era um número muito expressivo de vacinas em um momento de escassez do imunizante em todo o mundo. Assista ao vivo:

"Há 15 dias, a própria Davati não consegue ou não quer dar essas explicações. Eu tenho pedido insistentemente à Davati que produza essa explicação. Como brasileiro, todos nós gostaríamos de saber, e, até o momento, não recebi essa informação", disse Cristiano.  Confira:

Cristiano também disse não possuir vínculo empregatício com a Davati e negou ser o CEO [chefe] dela no país. A empresa está envolvida numa suspeita de corrupção, com pedido de propina por um funcionário do Ministério da Saúde, Roberto Dias, para a compra da vacina AstraZeneca. Dias teria pedido US$ 1 a mais por dose do imunizante - quando eram oferecidas 400 milhões de doses.

"Eu não tenho vínculo empregatício, não tenho contrato, nunca fui remunerado para fazer a aproximação entre a Davati e o governo brasileiro. Também não sou CEO da empresa, a Davati não possui CEO e nem representação comercial aqui no Brasil. Simplesmente, a empresa, através de um amigo, me pediu para intermediar a relação aqui com o Ministério da Saúde e o senhor Dominghetti", disse Cristiano.

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Cristiano afirmou que possui apenas uma carta de representação, em inglês, sem valor legal no Brasil, para atuar pela Davati no Brasil. Veja:



A Davati nega envolvimento com Dominghetti e disse, em nota, que "ele apenas intermediou a negociação da empresa com o governo, apresentando o senhor Roberto Dias. Sobre a denúncia relatada por Dominguetti, de que o Ministério da Saúde teria solicitado uma 'comissão' para a aquisição das vacinas, a Davati afirma que não tem conhecimento".

Roberto Dias  também nega o pedido de propina e acusa Dominghetti de ser um "picareta". Ele foi exonerado do cargo no mesmo dia em que as denúncias surgiram.

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