Vista da sede da Voice of America (VOA) em Washington, em 16 de março de 2025
Bonnie Cash
Vista da sede da Voice of America (VOA) em Washington, em 16 de março de 2025
BONNIE CASH

Um juiz determinou nesta terça-feira (22) que a administração do presidente Donald Trump restabeleça o financiamento da Voice of America (VOA) e de outros meios de comunicação financiados pelos Estados Unidos, ao afirmar que seu fechamento viola a lei.

Um juiz federal em Washington aceitou um pedido de liminar feito pelos funcionários dos meios de comunicação, enquanto um tribunal analisa a questão em maior profundidade.

Trump, que há tempos vive um embate aberto com a imprensa e questiona as normas editoriais que proíbem a ingerência nos meios financiados pelo governo, emitiu em 14 de março um decreto para eliminar esses veículos de informação.

No dia seguinte, sua assessora Kari Lake começou a emitir avisos para pôr fim a todo o financiamento desses meios, que foi atribuído pelo Congresso.

Lake e outros funcionários de Trump estão "provavelmente em violação direta de numerosas leis federais", assinalou Royce Lamberth, juiz do tribunal do Distrito de Columbia.

A agência dos Estados Unidos para mídias globais, que supervisiona os meios de comunicação financiados pelo contribuinte, está autorizada por lei a redirecionar os recursos entre suas diferentes programações em 5% ou menos, escreveu o magistrado.

"Obviamente, nenhuma lei autoriza a agência a cortar os fundos no grau drástico que se alega", acrescentou.

Lamberth assinalou que o estatuto da VOA, estabelecido pelo Congresso, declara que o meio "'servirá como uma fonte consistentemente fiável e autorizada de notícias [que sejam] precisas, objetivas e completas', mas os demandados silenciaram a VOA pela primeira vez".

O juiz instou o governo Trump a devolver todos os funcionários e terceirizados a seus postos de trabalho e a proporcionar relatórios mensais de estado sobre o cumprimento da medida.

Resta saber se a ordem é suficiente para que os veículos voltem ao ar.

A administração Trump já desafiou ordens judiciais, em particular uma demanda da Suprema Corte para que facilite o retorno de um salvadorenho morador de Maryland que foi deportado por engano e colocado em uma prisão de segurança máxima em El Salvador.

A decisão do juiz afeta os funcionários da VOA, bem como da Radio Free Asia, criada para informar sobre China, Coreia do Norte e outros países sem meios de comunicação livres, e da emissora em língua árabe Alhurra.

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