Desde que os protestos começaram, há exatamente uma semana, quase 1.500 pessoas foram presas
ANGELOS TZORTZINIS
Desde que os protestos começaram, há exatamente uma semana, quase 1.500 pessoas foram presas
Angelos Tzortzinis

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A Turquia continua abalada pelos protestos liderados por jovens nesta quarta-feira (26), uma semana após a prisão de Ekrem Imamoglu, prefeito de Istambul e principal adversário do presidente Recep Tayyip Erdogan.

Na noite de terça-feira, pelo sétimo dia consecutivo, dezenas de milhares de pessoas carregando bandeiras turcas e faixas com slogans contra o governo marcharam em direção à Prefeitura de Istambul, convocadas pela oposição.

Özgür Özel, líder do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), o principal partido da oposição, anunciou que deixaria de convocar manifestações noturnas em frente à Prefeitura.

Em vez disso, pediu que as pessoas se reunissem em Istambul no sábado, apesar das proibições em vigor desde a semana passada naquele município; na capital, Ancara, e em Izmir, a terceira maior cidade do país.

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O CHP é o partido de Ekrem Imamoglu, de 53 anos, que foi preso por "corrupção" na quarta-feira, 19 de março. Desde aquele dia, a polícia prendeu mais de 1.400 pessoas. Na terça-feira, dispersou os manifestantes de Istambul sem violência, ao contrário das noites anteriores, observaram jornalistas da AFP.

"Não podemos deixar esta pátria divina entregue ao terror das ruas", disse na terça-feira à noite Erdogan, que enfrenta protestos em uma escala não vista desde o movimento Gezi, que começou na praça Taksim, em Istambul, em 2013.

"Há algo que o senhor Tayyip deveria saber, nosso número não está diminuindo com prisões e encarceramentos: ele está aumentando!", respondeu o social-democrata Özgür Özel.

Na terça-feira, milhares de estudantes protestaram em Ancara e Istambul, com muitos moradores aplaudindo enquanto passavam, alguns batendo panelas e frigideiras nas janelas ou nas portas de suas casas.

Horas antes, um tribunal de Istambul ordenou a prisão de sete jornalistas, incluindo um fotógrafo da Agence France-Presse (AFP), acusados de participar de protestos não autorizados.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, expressou sua "preocupação com as recentes prisões e protestos" no país após se reunir com seu homólogo turco, Hakan Fidan.

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