Foto de arquivo de uma mulher trabalhando na Rádio Begum, em Cabul, em novembro de 2021
Hector RETAMAL
Foto de arquivo de uma mulher trabalhando na Rádio Begum, em Cabul, em novembro de 2021
Hector RETAMAL

As autoridades talibãs do Afeganistão invadiram, nesta terça-feira (4), a emissora de rádio Begum, destinada ao público feminino, e prenderam dois funcionários, informou a emissora, enquanto o ministério da Informação indicou que as operações da estação foram suspensas.

Publicidade

"Agentes da Direção Geral de Inteligência (GDI), com a assistência de representantes do ministério da Informação e Cultura, invadiram hoje as instalações da Begum em Cabul", indicou um comunicado da emissora, que pediu a libertação imediata de seu pessoal.

A emissora também informou que as autoridades talibãs retiveram o pessoal enquanto revistavam o escritório, confiscando computadores, discos rígidos e telefones, e prendendo dois funcionários do sexo masculino "que não ocupam cargos de alta direção".

A emissora afirmou que não faria mais comentários por temer pela segurança dos funcionários detidos e pediu que as autoridades "cuidem de nossos colegas e os libertem o mais rápido possível".

Em um comunicado na rede social X, o ministério da Informação talibã afirmou que a emissora foi suspensa por múltiplas violações e por ter fornecido "materiais e programas a uma estação de televisão sediada no exterior".

Publicidade

"Devido à violação da política de transmissão e ao uso indevido da licença", a transmissão foi suspensa hoje "para que os documentos relacionados possam ser cuidadosamente avaliados e uma decisão final seja tomada", destacou.

A Rádio Begum afirmou que nunca se envolveu em qualquer atividade política e que está "comprometida em servir ao povo afegão e, mais especificamente, às mulheres".

A emissora foi fundada em 8 de março de 2021, Dia Internacional da Mulher, cinco meses antes de os talibãs assumirem o poder, derrubando o governo apoiado pelos Estados Unidos.

As autoridades impuseram restrições generalizadas às mulheres, excluindo-as do espaço público com regras que a ONU classifica como um "apartheid de gênero".

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!