Pessoas visitam uma exposição ao ar livre de veículos militares russos destruídos em 14 de janeiro de 2025 na Praça Mikhailivska, em Kiev
Tetiana Dzhafarova
Pessoas visitam uma exposição ao ar livre de veículos militares russos destruídos em 14 de janeiro de 2025 na Praça Mikhailivska, em Kiev
Tetiana Dzhafarova

A Rússia lançou cerca de 120 mísseis e drones contra a rede de energia da Ucrânia em um novo ataque “maciço” que causou cortes de energia em várias regiões ucranianas durante a visita do presidente Zelensky à Polônia.

Publicidade

Os bombardeios ocorreram um dia depois que a Ucrânia reivindicou o maior ataque em território russo desde o início da guerra em 2022, tendo como alvo instalações industriais e militares em várias regiões russas.

"Em pleno inverno, o alvo dos russos continua o mesmo: nosso setor energético. Entre os alvos estão infraestruturas de gás e instalações de energia que garantem uma vida normal para a população", disse Zelensky em uma mensagem publicada nas redes sociais.

A Rússia tem atacado a rede elétrica e outras infraestruturas do país vizinho desde que começou a invasão da Ucrânia há três anos, causando frequentes quedas de energia em todo o país.

“Esta manhã, as Forças Armadas (...) lançaram um ataque agrupado com armas de alta precisão e drones de ataque contra a infraestrutura crítica de gás e energia que apoia o complexo militar-industrial ucraniano”, disse o Exército russo em um comunicado.

Publicidade

Moscou usou 43 mísseis balísticos e de cruzeiro, além de 74 drones de combate, de acordo com a Força Aérea ucraniana. Trinta mísseis e 47 drones foram abatidos, de acordo com a mesma fonte.

Alvos energéticos foram atingidos, acrescentou, inclusive nas regiões orientais de Kharkiv, Lviv e Ivano-Frankivk.

“Graças à nossa defesa aérea (...) somos capazes de manter o funcionamento do nosso sistema aéreo”, disse Volodimir Zelensky, pedindo aos aliados ocidentais de Kiev que "fortaleçam o escudo aéreo" da Ucrânia e cumpram suas promessas que "ainda não foram totalmente implementadas".

- Zelensky em Varsóvia -

O chefe de Estado ucraniano chegou na manhã desta quarta-feira à vizinha Polônia, que acaba de assumir a presidência rotativa da União Europeia.

“Os alvos (dos ataques russos) estavam muito próximos da nossa fronteira com a Polônia”, disse Zelensky. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse que Varsóvia ajudaria a “acelerar” a adesão da Ucrânia à União Europeia.

No âmbito dessa reunião, Zelensky instou o Ocidente a usar cerca de 250 bilhões de dólares (1,5 trilhão de reais) de ativos russos congelados e não alocados para comprar armas de Kiev e ajudar a combater o Exército russo.

Zelensky enfatizou que “quanto mais cedo a Ucrânia estiver na UE, quanto mais cedo for membro da Otan, quanto mais cedo agirmos juntos, mais cedo toda a Europa terá a certeza geopolítica de que precisa”.

“A Rússia não passará por onde está nossa integração, nossa força comum”, acrescentou.

“Guerra, armas, sanções” e disputas históricas dominam a agenda das negociações em Varsóvia, disse Andrii Yermak, chefe da administração presidencial ucraniana, no Telegram.

O apoio da Polônia é muito importante para Kiev, especialmente diante do retorno do republicano Donald Trump à Casa Branca na segunda-feira e das dúvidas sobre a sustentabilidade do envolvimento dos EUA com a Ucrânia.

A Polônia, como costuma acontecer, retirou seus caças durante o ataque de mísseis russos que atingiu as regiões ocidentais da Ucrânia, incluindo Lviv, que faz fronteira com a Ucrânia.

Nesse território, “dois locais de infraestrutura crítica foram atingidos nos distritos de Drogobich e Strii”, disse o governador ucraniano da região de Lviv, Maxim Kozitski, em um comunicado.

Um dos mísseis caiu em um campo, sem explodir, acrescentou.

Na região vizinha de Ivano-Frankivsk, o ataque teve como alvo “locais de infraestrutura essencial” sem causar vítimas, disse a governadora do território, Svitlana Onyshchuk.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!