O governo da Austrália, um país que está na vanguarda da regulamentação dos gigantes da tecnologia, expressou nesta quinta-feira (9) sua preocupação com a decisão do Meta de suspender os programas de verificação de conteúdo dos EUA para o Facebook e o Instagram.
“A desinformação é muito perigosa e vimos que ela realmente explodiu nos últimos anos”, disse o chefe do Departamento do Tesouro da Austrália, Jim Chalmers, à ABC.
“É um desenvolvimento muito prejudicial, prejudicial à nossa democracia”, disse ele, descrevendo a decisão da Meta como "muito perturbadora".
O governo australiano tem estado no centro de várias disputas com gigantes das redes sociais, notadamente o X de Elon Musk, sobre seus esforços para restringir a distribuição de informações falsas ou conteúdo perigoso.
No final do ano passado, o país aprovou uma nova legislação para proibir o acesso de crianças menores de 16 anos às plataformas de redes sociais, ameaçando multas de até 32,5 milhões de dólares (200 milhões de reais) para as empresas que não cumprirem a legislação.
O grupo de Mark Zuckerberg anunciou na terça-feira que estava encerrando seu programa de verificação de informações nos EUA e disse que o mecanismo de verificação digital aplicado pela Meta seria substituído por notas da comunidade semelhantes às usadas pelo X.
O anúncio da Meta ocorre em um momento em que os republicanos americanos e Musk têm se queixado repetidamente de que os programas de verificação de dados são equivalentes à censura.
A Agence France-Presse (AFP) trabalha com o programa de verificação de conteúdo do Facebook em 26 idiomas. O Facebook paga para usar as verificações de cerca de 80 organizações em todo o mundo em sua plataforma, bem como no Whatsapp e no Instagram.