Agente do FBI na Bourbon Street, Nova Orleans, Estados Unidos
Andrew Caballero-Reynolds
Agente do FBI na Bourbon Street, Nova Orleans, Estados Unidos

ANDREW CABALLERO-REYNOLDS

FBI avançou nesta quinta-feira (2) na investigação ao ataque de um veterano do Exército americano que, "inspirado" pelo grupo Estado Islâmico, dirigiu um veículo contra uma multidão que celebrava o Ano Novo em Nova Orleans , deixando 15 mortos e mais de 30 feridos .

O suspeito, identificado como Shamsud Din Jabbar , americano de 42 anos e residente no Texas , morreu na quarta-feira em uma troca de tiros com a polícia. Sem dar mais detalhes, as autoridades afirmaram que procuram cúmplices.

"Foi assustador. Chorei muito", disse à AFP Ethan Ayersman, um turista de 20 anos. Do quarto em que estava, ouviu o barulho e viu corpos na rua.

O ataque ocorreu na Bourbon Street, no famoso French Quarter de Nova Orleans, no sul dos Estados Unidos, às 3h15, horário local (6h15 em Brasília), do dia 1º de janeiro.

Reações

O Vaticano manifestou condolências nesta quinta-feira. "O papa Francisco ficou profundamente triste ao saber que pessoas foram mortas e feridas no ataque ocorrido em Nova Orleans", disse o cardeal secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, em mensagem dirigida ao arcebispado da cidade.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse na rede social X que está "profundamente entristecida pelo horrível ataque", e a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, manifestou a "total solidariedade" da União Europeia às vítimas e suas famílias.

"Estamos comovidos por este incidente violento", declarou uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, garantindo que o país se opõe "firmemente" a qualquer ato de "terrorismo contra civis".

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, escreveu no X que seus "pensamentos e orações estão com os que foram feridos ou perderam pessoas queridas".

"Inspirado pelo EI"

O suspeito postou vídeos horas antes do ataque nos quais afirmava agir "inspirado" pelo Estado Islâmico, disse o presidente Joe Biden na quarta-feira.

Anne Kirkpatrick, superintendente da polícia, descreveu Jabbar como um "terrorista", enquanto o FBI disse que "uma bandeira do ISIS foi encontrada no veículo".

"Ele estava determinado a causar o massacre e os danos que causou", disse Kirkpatrick em entrevista coletiva na quarta-feira. O grupo jihadista EI sobreviveu no Iraque e na Síria, apesar da destruição do seu "califado", que controlou grandes extensões de território em ambos os países entre 2014 e 2019.

Entre os mortos está Nikyra Cheyenne Dedeaux, estudante de 18 anos que viajou a Nova Orleans para comemorar o Ano Novo com um amigo e primo, segundo a imprensa.

Também foram mortos Reggie Hunter, administrador de 37 anos da vizinha Baton Rouge e pai de dois filhos, além de Tiger Bech, ex-jogador de futebol da Universidade de Princeton, informou o The New York Times.

Delitos menores

O Pentágono disse que Jabbar serviu ao Exército como especialista em recursos humanos e tecnologia da informação de 2007 a 2015 e foi reservista até 2020.

Ele foi enviado ao Afeganistão de fevereiro de 2009 a janeiro de 2010, segundo um porta-voz do Exército, que acrescentou que Jabbar alcançou o posto de 1º sargento ao final de seu serviço.

Segundo antecedentes criminais divulgados pelo New York Times, Jabbar havia sido acusado de dois delitos menores: um roubo em 2002 e dirigir com habilitação vencida em 2005.

Jabbar foi casado duas vezes, segundo o jornal, e seu segundo casamento terminou em divórcio em 2022, quando ele descreveu seus problemas financeiros em um e-mail ao advogado de sua esposa.

Nova Orleans é um dos destinos mais visitados dos Estados Unidos e no próximo mês será palco do popular Super Bowl. O ataque ocorreu horas antes de um jogo de futebol da liga universitária, o Sugar Bowl, que seria disputado na cidade, mas foi adiado 24 horas para esta quinta-feira.

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