Ilustração de Dominique Pelicot em tribunal de Avignon, sul da França, em 11 de setembro de 2024
Benoit PEYRUCQ
Ilustração de Dominique Pelicot em tribunal de Avignon, sul da França, em 11 de setembro de 2024
Benoit PEYRUCQ

Dominique Pelicot, o principal acusado do macrojulgamento por estupro na França, pediu nesta segunda-feira (16) à família que aceite suas "desculpas" e elogiou a "coragem" da ex-mulher, Gisèle, a quem ele drogou por uma década para estuprá-la com homens desconhecidos contactados pela internet.

"Gostaria de começar por saudar a coragem da minha ex-mulher", afirmou o homem de 72 anos no tribunal de Avignon, sul da França, em suas últimas declarações antes do anúncio do veredicto, previsto para quinta-feira (19), em um julgamento que chamou a atenção de todo o mundo.

"Lamento o que fiz, fazer sofrer (minha família) por quatro anos (quando os crimes foram revelados), peço perdão", completou.

Pelicot garantiu que contou "toda a verdade" desde o início do julgamento, em 2 de setembro, e agradeceu ao tribunal por permitir que se sentasse em uma cadeira especial devido ao seu estado de saúde frágil.

O homem, que sempre admitiu as acusações de estupro contra a ex-mulher, disse que "a privação de não ver (sua) família é pior do que a privação da liberdade".

"Posso dizer a toda a minha família que os amo. Isso é tudo. Eles têm o resto da minha vida em suas mãos", concluiu, dirigindo-se aos cinco juízes profissionais do tribunal.

No dia 25 de novembro, a Promotoria solicitou a pena máxima possível por estupro com agravantes: 20 anos de prisão.

A maioria dos outros 50 réus também é acusada de estupro com agravantes. O Ministério Público pediu entre 10 e 18 anos de prisão para 49 deles e quatro para o único acusado por "tocar" em Gisèle Pelicot.

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