Foto da última sessão plenária da reunião da COP16 em Cali, em 1º de novembro de 2024
JOAQUIN SARMIENTO
Foto da última sessão plenária da reunião da COP16 em Cali, em 1º de novembro de 2024
Joaquín Sarmiento

A grande conferência internacional sobre a biodiversidade (COP16) será retomada de 25 a 27 de fevereiro em Roma para tentar concluir um acordo de financiamento, objetivo que não foi alcançado em Cali há algumas semanas, anunciou nesta quinta-feira (27) a Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (CDB).

No dia 2 de novembro, os 196 países membros da convenção da ONU deixaram a mesa de negociações na cidade colombiana sem um acordo sobre o financiamento, que deve garantir a proteção da natureza até 2030.

Quase 23.000 participantes viajaram a Cali para o maior evento até hoje sobre a biodiversidade, com o objetivo de proteger a natureza do desmatamento, da exploração excessiva, das mudanças climáticas e da poluição.

As negociações foram prorrogadas por uma noite adicional, mas a presidência colombiana do evento não conseguiu o consenso necessário.

"Nas próximas semanas, e durante nossa reunião em Roma em fevereiro, trabalharei com as partes para construir a confiança e o consenso necessários para alcançar a paz com a natureza", afirmou Susana Muhamad, ministra do Meio Ambiente da Colômbia e presidente da COP16, em um comunicado.

Ela acrescentou que garantir um acordo financeiro chave "será central para nossos esforços".

O dinheiro foi um tema particularmente delicado nas recentes negociações ambientais da ONU devido às incertezas políticas e econômicas.

Os negociadores na conferência sobre mudanças climáticas de Baku (COP29) conseguiram aprovar um acordo na madrugada do domingo passado, após duas semanas de disputas caóticas e amargas.

Contudo, a promessa de conceder 300 bilhões de dólares (quase 1,8 trilhão de reais) por ano apresentada pelos países ricos - historicamente poluidores - foi considerada um insulto, muito abaixo do exigido pelas nações pobres.

- Impasse -

A conferência de Cali tinha o objetivo de avaliar aumentar os compromissos adotados há dois anos em Montreal (Canadá), para interromper a destruição voraz da natureza.

As metas incluem proteger 30% das áreas terrestres e marinhas, reduzir a poluição e eliminar gradualmente os subsídios agrícolas e de outros tipos que são prejudiciais à natureza.

Com este propósito, em 2022 foi acordado que 200 bilhões de dólares seriam destinados por ano para proteger a biodiversidade até 2030, incluindo a transferência de 30 bilhões por ano dos países ricos para os países pobres.

A reunião de Cali obteve progressos na representação indígena e na distribuição de benefícios relacionados aos recursos genéticos.

Contudo, os negociadores, em sua maioria divididos entre blocos de países pobres e ricos, ficaram bloqueados em um impasse ao examinar a maior exigência: elabora um plano detalhado de financiamento.

Os relatórios mais recentes sobre o estado da biodiversidade mostram que mais de um quarto das plantas e animais avaliados estão em perigo de extinção.

Apenas 17,6% das áreas terrestres e águas continentais, e 8,4% dos oceanos e áreas costeiras, estão protegidos e conservados.

Das 166.061 espécies vegetais e animais sob monitoramento da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), quase 46.000 estão em risco de extinção.

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