Mark Rutte (à esquerda) e o ex-secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, durante a transferência de poderes na sede da aliança, em 1º de outubro de 2024, em Bruxelas
John Thys
Mark Rutte (à esquerda) e o ex-secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, durante a transferência de poderes na sede da aliança, em 1º de outubro de 2024, em Bruxelas
John Thys

O holandês Mark Rutte tomou posse, nesta terça-feira (1º), como novo secretário-geral da Otan, e prometeu que a Ucrânia continuará sendo uma prioridade para a aliança transatlântica, independentemente do resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

"Vamos intensificar o nosso apoio à Ucrânia e aproximá-la cada vez mais da Otan, porque não pode haver segurança duradoura na Europa sem uma Ucrânia forte e independente", disse Rutte após assumir formalmente o comando em uma cerimônia em Bruxelas.

Na sua primeira coletiva de imprensa como secretário-geral da Otan, Rutte disse que o presidente russo, Vladimir Putin, deve compreender que a aliança "não cederá" no seu apoio à Ucrânia.

"Quanto mais ajudarmos a Ucrânia, mais rápido [a guerra] terminará", disse ele.

Em Kiev, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, salientou que pretende trabalhar "efetivamente" com o novo secretário-geral para que Kiev se aproxime da tão esperada adesão à Aliança.

Ao chegar nesta terça-feira à sede da aliança militar, em Bruxelas, Rutte destacou que a Otan precisa garantir "que a Ucrânia prevaleça como nação soberana, independente e democrática" diante da invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022.

Rutte substitui o norueguês Jens Stoltenberg, que liderou a Otan durante uma década.

Em uma breve reunião do Conselho do Atlântico Norte, Stoltenberg presenteou Rutte com o martelo de madeira, de origem islandesa, usado exclusivamente nestas cerimônias e que simboliza a transmissão de comando.

O novo chefe da Otan afirmou que, além da Ucrânia, a sua lista de prioridades inclui a manutenção da força da aliança e a expansão dos seus laços com a União Europeia e com países "que compartilham os nossos interesses e valores".

- Tranquilo com os EUA -

Os países da aliança fornecem 99% das armas estrangeiras à Ucrânia e concordaram em julho em desempenhar um papel ainda mais importante nesse processo. Rutte vai coordenar o apoio.

Rutte descartou que o resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para novembro, sejam um motivo de preocupação e espera poder trabalhar de forma produtiva com quem vencer.

"Não estou preocupado. Conheço muito bem os dois candidatos", garantiu sobre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris.

Rutte esteve no poder nos Países Baixos durante o governo Trump em Washington e ganhou notoriedade pela habilidade com que lidou com o vulcânico presidente americano.

"Kamala Harris tem um histórico fantástico como vice-presidente. Ela é uma líder altamente respeitada", disse ele.

Nesta terça-feira, o novo secretário-geral da Otan disse que a situação no Líbano é uma "preocupação óbvia", mas admitiu que a aliança militar não tem nenhum papel a desempenhar.

"Estamos acompanhando de perto o que acontece no Líbano. Mas a Otan não tem nenhum papel específico a esse respeito. Como aliança, estamos em contato constante com todos os nossos parceiros" na região, disse ele.

Outro desafio de Rutte na Otan será manter a pressão sobre os países da aliança para aumentarem os seus gastos com Defesa. Este ano, 23 dos 32 países do bloco atingirão a meta de investir em Defesa o equivalente a 2% de seus respectivos PIBs.

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