O presidente palestino, Mahmud Abbas, se reunirá com o primeiro-ministro Pedro Sánchez e o rei Felipe VI durante uma visita a Madri, a primeira desde que a Espanha reconheceu a Palestina como um Estado em maio.
O encontro com Sánchez acontecerá na quinta-feira (19), ao meio-dia, no Palácio da Moncloa, informou nesta quarta-feira (18) o governo espanhol.
Ele também planeja se reunir com Felipe VI, chefe do Estado espanhol, segundo uma fonte da Presidência palestina.
A visita de Abbas ocorre a "convite da Espanha", antes de o presidente palestino seguir para Nova York, onde participará na Assembleia Geral anual das Nações Unidas, segundo a mesma fonte.
A viagem ocorre depois que a Espanha reconheceu a Palestina como Estado, em 28 de maio, junto com a Irlanda e a Noruega.
Posteriormente, o governo de esquerda espanhol anunciou que "uma primeira cúpula bilateral entre Espanha e Palestina" aconteceria antes do final do ano.
Felipe VI recebeu na segunda-feira as credenciais do primeiro embaixador palestino na Espanha, um gesto simbólico de reconhecimento de Madri.
Embora Sánchez tenha insistido que o reconhecimento do Estado da Palestina não vai contra Israel, a decisão significou uma nova deterioração nas relações entre os dois países, que se encontram no seu ponto mais baixo.
Desde o início do conflito na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas, há quase um ano, o Governo espanhol tem adotado repetidamente uma postura muito crítica em relação a Israel.
A guerra deixou pelo menos 41.272 mortos em Gaza, segundo os últimos números do Ministério da Saúde do pequeno território, governado pelo Hamas, que não faz distinção entre combatentes e civis nos seus balanços.
O conflito foi desencadeado por um ataque do Hamas no sul de Israel, em 7 de outubro, que matou 1.205 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
Os combatentes islamistas também sequestraram 251 pessoas naquele dia, algumas das quais morreram no cativeiro. Destas, 97 permanecem em Gaza, 33 das quais foram declaradas mortas pelo Exército israelense.
Reiterando o seu total apoio à causa palestina, Sánchez prometeu, em um discurso no início de setembro, que a Espanha iria "continuar pressionando" o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em todas as instâncias, em primeiro lugar perante o Tribunal Penal Internacional, cujo procurador solicitou a emissão de mandados de prisão contra o líder israelense e o seu ministro da Defesa.