O líder da oposição israelense, Yair Lapid, pediu, nesta segunda-feira (16), ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que sele imediatamente um acordo de trégua em Gaza, que considera "factível", após se reunir com altos funcionários americanos em Washington.
"Acredito que qualquer interesse político deve ser deixado de lado por isto. Isto é muito mais importante", disse Lapid aos jornalistas fora do Departamento de Estado, depois de se reunir com o secretário de Estado, Antony Blinken.
"Israel, como nação, não se curará a menos que os tragamos de volta para casa", afirmou Lapid, em alusão aos reféns. "É factível (...) Podemos chegar a um acordo sobre os reféns (...) E temos que fazê-lo".
Lapid, ex-primeiro-ministro, renovou sua promessa de não trabalhar pela queda do governo de Netanyahu - que tem o apoio de membros da extrema direita - se seguir adiante com o acordo.
Embora tenha descrito o grupo islamista palestino Hamas como uma "terrível organização terrorista", Lapid considerou que o governo de Netanyahu "deveria fazer mais" para alcançar um acordo para libertar os reféns.
Em 31 de maio, o presidente americano, Joe Biden, apresentou um plano de um cessar-fogo para a sangrenta guerra em Gaza, que incluiria o congelamento dos combates durante seis meses e a libertação dos reféns.
Biden insistiu anteriormente em que Netanyahu estava de acordo com as propostas americanas para salvar as distâncias e concluir o acordo, que tem um amplo apoio da opinião pública israelense.
Netanyahu tem repudiado publicamente as afirmações dos Estados Unidos de que o acordo está quase fechado e insistiu na presença militar israelense na fronteira entre o Egito e Gaza, o que provocou a irritação do Cairo.
A guerra teve início em 7 de outubro com o ataque do Hamas contra o sul de Israel, que provocou a morte de 1.205 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP com base em dados oficiais israelenses.
Naquele dia, comandos islamistas sequestraram 251 pessoas, das quais 97 seguem retidas em Gaza, e das quais 33 foram declaradas mortas pelo Exército israelense.
Em retaliação, Israel lançou uma campanha militar na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, que deixou pelo menos 41.226 mortos, segundo os últimos dados do Ministério de Saúde do território.