Quarenta países, juntamente com a União Europeia como bloco, pediram nesta quinta-feira (12) na ONU às autoridades venezuelanas que publiquem "imediatamente" o resultado detalhado das eleições presidenciais de 28 de julho e permitam uma "verificação imparcial".
"Instamos o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a publicar imediatamente os resultados da votação da eleição presidencial de todos os colégios eleitorais e permitir a verificação imparcial dos resultados por observadores independentes, em prol da credibilidade, legitimidade e transparência do processo eleitoral", afirmou uma declaração lida pelo chanceler do Panamá, Javier Martínez-Acha.
Argentina, Chile, Equador, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Reino Unido, além da União Europeia como bloco, estão entre os signatários.
A líder opositora venezuelana María Corina Machado, que denuncia fraude na reeleição do presidente Nicolás Maduro em 28 de julho e reivindica o triunfo de Edmundo González Urrutia, celebrou a declaração como "uma vitória" no "caminho para a transição democrática".
"Todo mundo sabe que Edmundo González Urrutia é o presidente eleito da Venezuela", escreveu Machado na rede social X.
Sem publicarem o escrutínio detalhado, como exige a lei, as autoridades eleitorais venezuelanas atribuíram a vitória a Maduro, embora a oposição afirme que González Urrutia, exilado na Espanha desde domingo, tenha sido o ganhador com mais de 60% dos votos.
Segundo um relatório preliminar de um painel de especialistas da ONU divulgado em 13 de agosto, o CNE "não cumpriu com as medidas básicas de transparência e integridade" e "descumpriu" os prazos estabelecidos.
"É hora de os venezuelanos realizarem negociações construtivas e inclusivas para resolver este impasse eleitoral e restaurar, pacificamente, as normas democráticas (...) e os desejos dos venezuelanos", indica a declaração conjunta divulgada na ONU.
Além disso, os signatários manifestam "grande preocupação" com abusos e violações aos direitos humanos, como "repressão, detenções e prisões arbitrárias, assassinatos e recusa de garantias para julgamentos justos, assim como táticas de intimidação contra a oposição".