(27 ago) Protesto organizado por grupo de defesa dos judeus no entorno da Universidade de Columbia, em Nova York
Adam GRAY
(27 ago) Protesto organizado por grupo de defesa dos judeus no entorno da Universidade de Columbia, em Nova York
Adam GRAY

Estudantes judeus da Universidade de Columbia foram perseguidos e assediados durante as manifestações pró-palestinos da primavera-verão na renomada instituição de Nova York, aponta um relatório sobre antissemitismo divulgado nesta sexta-feira (30).

Mais de 500 estudantes falaram sobre suas experiências na rotina universitária - tanto nas aulas quanto nos dormitórios ou nas redes sociais - durante as manifestações, iniciadas em Columbia e que se espalharam pelos Estados Unidos, em protesto contra o conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.

"Os incidentes dolorosos e penosos de antissemitismo relatados nesse relatório são totalmente inaceitáveis. São contrários aos nossos valores e aos princípios de tolerância e inclusão que nos definem", disse a presidente interina da universidade, Katrina A. Armstrong. "As experiências desses estudantes mostraram que existe uma necessidade urgente de reformar as normas sociais cotidianas em todos os campi da universidade."

O relatório aponta que alguns estudantes preferiam não dar sua opinião, por medo de serem identificados e criticados, o que ocorria não apenas com os estudantes sionistas, mas também afetou judeus pró-palestinos.

Um estudante judeu que participou dos protestos em favor dos palestinos foi chamado de "rato judeu", "judeu simbólico", "judeu que se odeia" e "vergonha". Outro disse ter visto uma estudante que usava uma estrela de Davi e um lenço palestino ser agredida.

"Qualquer expressão de conexão com Israel - amigos ou parentes, tempo passado naquele país - bastava para prejudicar as relações com outros estudantes", observaram os autores. "Os problemas que encontramos são sérios e generalizados, e o pacto social foi quebrado", concluíram.

Alguns fatos ocorreram mesmo antes de um grupo de estudantes pró-palestinos montar um acampamento para exigir um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a retirada do investimento da universidade em ativos relacionados com Israel ou a venda de armas àquele país, que culminou com a ocupação do prédio Hamilton Hall, antes do despejo policial. "As experiências durante esse período foram, inclusive, mais extremas", ressaltaram os autores.

Segundo Katrina, "esta é uma oportunidade de reconhecer o dano causado e de nos comprometermos a fazer as mudanças necessárias para melhorarmos e voltarmos a nos dedicar, como líderes da universidade, indivíduos e comunidade, à nossa missão fundamental de ensino e pesquisa".

A reitora da universidade, Nemat Shafik, questionada por ter permitido a entrada das forças de ordem no campus para acabar com os protestos, anunciou no último dia 15 sua demissão.

    AFP

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