Itamar Ben Gvir, ministro israelense da Segurança Nacional, já tinha visitado o complexo da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém oriental, em 17 de julho e afirmou ter rezado lá, em desafio às regras existentes no local desde 1967
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Itamar Ben Gvir, ministro israelense da Segurança Nacional, já tinha visitado o complexo da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém oriental, em 17 de julho e afirmou ter rezado lá, em desafio às regras existentes no local desde 1967
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O ministro de Segurança Nacional de Israel, o ultradireitista Itamar Ben Gvir, liderou uma oração na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, nesta terça-feira (13), gerando condenações da comunidade internacional.

A ONU, a União Europeia (UE), os Estados Unidos e vários países muçulmanos condenaram a oração, que foi qualificada de "inaceitável" e "provocação inútil".

Localizada no setor da Cidade Santa ocupada e anexada por Israel, a Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar mais sagrado do islã, foi construída sobre as ruínas do segundo templo judaico, destruído no ano 70 d.C. pelos romanos.

Para os judeus, trata-se do Monte do Templo, o local mais sagrado do judaísmo.

Ben Gvir se filmou no local por ocasião do Ticha Beav, feriado judaico que marca a destruição dos dois templos, e pediu a "derrota" do Hamas ao invés de negociações com o movimento islamista palestino em guerra contra Israel em Gaza.

"Cerca de 2.250 judeus rezaram, dançaram e hastearam a bandeira israelense" na esplanada, disse à AFP, sob condição de anonimato, um funcionário da Waqf, a administração jordaniana de locais religiosos muçulmanos em Jerusalém.

Durante a segunda faixa de horário atribuída aos não muçulmanos no período da tarde, "mais de 700 judeus rezaram ali", acrescentou a fonte.

Segundo um status quo decretado após a conquista de Jerusalém Oriental por Israel em 1967, os não muçulmanos estão autorizados a visitar a Esplanada das Mesquitas, que abriga a Cúpula da Rocha e a mesquita de Al Aqsa, em horários específicos e sem rezar, uma regra cada vez menos seguida por alguns judeus nacionalistas.

O local é administrado pela Jordânia, mas o acesso é controlado pelas forças de segurança israelenses.

"Somos contrários a qualquer esforço para mudar o status quo nos locais sagrados [...] Este tipo de comportamento não ajuda e é uma provocação inútil", disse Farhan Hapel, porta-voz da ONU.

Os Estados Unidos qualificaram o ocorrido de "inaceitável", enquanto a União Europeia denunciou as "provocações" de Gvir.

O Ministério das Relações Exteriores palestino denunciou uma "escalada", referindo-se a "incursões ilegais [...] em preparação para a imposição do controle total israelense e a judaização" do local "em violação do direito internacional".

Durante sua visita, Ben Gvir referiu-se à guerra que Israel e o Hamas travam na Faixa de Gaza há mais de dez meses e afirmou que é necessário "ganhá-la".

    AFP

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