Foguetes disparados do sul do Líbano interceptados pela defesa antiaérea israelense no norte de Israel, em 4 de agosto de 2024
Jalaa MAREY
Foguetes disparados do sul do Líbano interceptados pela defesa antiaérea israelense no norte de Israel, em 4 de agosto de 2024

Após as recomendações dos Estados Unidos e do Reino Unido, a França pediu neste domingo (4) a seus cidadãos que abandonem o Líbano imediatamente, diante do temor de uma  escalada militar entre o Irã e seus aliados e Israel, depois do assassinato do líder do Hamas e do comandante militar do Hezbollah.

Além de recomendar que os cidadãos deixem o Líbano, o Reino Unido intensificou os preparativos para uma possível evacuação dos britânicos do país. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Defesa, especialistas consulares, oficiais de força de fronteira e militares foram enviados à região para dar início ao planejamento de "uma série de possíveis cenários de conflito".

O Reino Unido já está mobilizando, inclusive, o navio de desembarque RFA Cardigan Bay e o HMS Duncan, além de helicópteros de transporte da força aérea para fazer o resgate desses cidadãos.

Nas últimas horas, um ataque com faca deixou dois mortos em um subúrbio de Tel Aviv e o movimento libanês Hezbollah lançou dezenas de foguetes contra o norte de Israel, em sua maioria interceptados pelo sistema antiaéreo israelense.

O Irã, o movimento islamista palestino Hamas e o Hezbollah acusaram Israel pela  morte, na quarta-feira, do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em um imóvel da Guarda Revolucionária em Teerã.

Israel não comentou o assassinato, que aconteceu poucas horas depois de um bombardeio - este sim reivindicado pelo Estado hebreu - que matou o comandante militar do grupo libanês, Fuad Shukr, perto de Beirute na terça-feira.

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ameaçou Israel com um "castigo severo" e o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, citou uma "resposta inevitável".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país "está em um nível elevado de preparação para qualquer cenário, tanto defensivo como ofensivo".

O governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, anunciou na sexta-feira um reforço de seu dispositivo militar no Oriente Médio para, entre outras coisas, "aumentar o apoio à defensa de Israel".

"O mais rápido possível"

A guerra em Gaza, iniciada em 7 de outubro pelo ataque do Hamas contra o território israelense, provocou hostilidades entre Israel e os movimentos armados vinculados ao Irã na Síria, Líbano, Iraque e Iêmen.

Diante de um temor de agravamento do cenário, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, França e Jordânia pediram nos últimos dias a seus cidadãos que abandonem imediatamente o Líbano.

O Itamaraty emitiu um comunicado, disse acompanhar a situação de perto e também recomendou que a população brasileira residente no Líbano deixe o país até que a situação volte à "normalidade".

O Ministério das Relações Exteriores da França pediu neste domingo aos franceses que deixem o Líbano "o mais rápido possível" e "abandonem temporariamente" o Irã.

O Canadá, que recomendou no final de junho que seus cidadãos partissem do Líbano, fez um apelo no sábado para que os canadenses "evitem viagens a Israel".

Várias companhias aéreas suspenderam temporariamente os voos para Beirute, como Lufthansa, Air France e Transavia. A Kuwait Airways interromperá os voos a partir de segunda-feira e a Qatar Airways cancelou os voos noturnos para Beirute até segunda-feira.

A Lufthansa também suspendeu os voos para Tel Aviv até 8 de agosto.

Desde o início do conflito, o Hezbollah troca tiros de maneira quase diária com o Exército israelense ao longo da fronteira israelense-libanesa. A morte de Shukr aumentou ainda mais a tensão.

No sábado à noite, o Hezbollah anunciou que disparou dezenas de foguetes pela primeira vez contra a cidade de Beit Hillel, norte de Israel. O Exército israelense respondeu com bombardeios no sul do Líbano.

A representação do Irã na ONU afirmou esperar que o Hezbollah ataque o território israelense "em profundidade" e que não se limite a alvos militares.

Dezesseis mortos em Gaza

Quase 10 meses após o início da guerra em Gaza, o Exército israelense prossegue com a ofensiva contra o território palestino cercado, devastado e ameaçado pela fome, segundo a ONU.

O Crescente Vermelho e a Defesa Civil palestinas afirmaram que 16 pessoas morreram em bombardeios israelenses em Jabaliya, no norte, e Deir al Balah, no centro.

Cinco pessoas morreram depois que um drone atacou as tendas dos deslocados no pátio do Hospital dos Mártires de Al Aqsa, em Deir al Balah, segundo uma fonte hospitalar.

Os ataques por terra, mar e ar também tiveram como alvo a Cidade de Gaza (norte). Os bombardeios atingiram Al Bureij e Nuseirat (centro), assim como Rafah (sul), segundo testemunhas.

A guerra teve início em 7 de outubro, quando milicianos islamistas mataram 1.197 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, de acordo com um levantamento da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Israel calcula que 111 pessoas continuam em cativeiro em Gaza, incluindo 39 que estariam mortas.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou 39.583 pessoas em Gaza, também em sua maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas desde 2007.

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