Dois trens de alta velocidade estacionados nos trilhos da estação de Montparnasse, em 26 de julho de 2024, em Paris
AFP
Dois trens de alta velocidade estacionados nos trilhos da estação de Montparnasse, em 26 de julho de 2024, em Paris

"Todos os trens" da rede de alta velocidade francesa estão circulando "normalmente", três dias após  atos de sabotagem ocorridos na sexta-feira, dia da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, afirmou o ministro dos Transportes da França, Patrice Vergriete, nesta segunda-feira (29).

"Confirmo" que "todos os três estão circulando, tanto na linha Leste — desde sábado —, na linha Atlântico, [na qual] ontem a situação era quase normal; como na Norte, onde três em cada quatro trens estavam circulando ontem. Hoje eles circulam normalmente", disse o ministro francês interino à rádio RTL.

A empresa ferroviária pública SNCF anunciou no domingo que as obras de reparação foram concluídas e que não haveria mais "qualquer perturbação" a partir da "manhã de segunda-feira".

Uma ativista de extrema esquerda foi preso no domingo (28) em uma instalação da SNCF em Oissel, norte da França, disse uma fonte policial nesta segunda-feira. Em seu veículo foram encontradas "chaves de acesso às instalações técnicas da SNCF", "alicates" e um "conjunto de chaves universais", informou a fonte.

O ministro do Interior interino, Gérald Darmanin, afirmou nesta segunda que haviam "identificado vários perfis que poderiam ter cometido" estas sabotagens, que foram "voluntárias, muito precisas e extremamente bem direcionadas".

Este é o "modo de ação tradicional da ultraesquerda", disse Darmanin na rede France 2, pedindo "cautela". "A questão é se eles foram manipulados ou se agiram por conta própria", completou.

Ataques

Na madrugada de sexta, os cabos de fibra óptica que passam perto dos trilhos e que garantem a transmissão de dados de segurança aos motoristas (como semáforos) foram cortados e incendiados em vários pontos das linhas de alta velocidade do Atlântico (oeste), Norte e Leste.

Segundo uma fonte próxima à investigação, a operação foi "bem preparada" e organizada por uma "mesma estrutura", afetando 800 mil viajantes ao longo do fim de semana.

Vergriete declarou que "700 mil [pessoas] ainda puderam viajar", enquanto os trajetos de 100 mil passageiros foram cancelados em um sabotagem que "muito provavelmente" terá um prejuízo de milhões de euros, entre "perdas comerciais" e "despesas de reparação".

A empresa ferroviária prometeu reembolsar os passageiros que tiveram suas viagens atrasadas ou canceladas.

O Ministério Público de Paris abriu uma investigação para descobrir quem está por trás dos ataques.

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