O presidente francês, Emmanuel Macron, acompanha a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, em 26 de julho de 2024
FABRICE COFFRINI
O presidente francês, Emmanuel Macron, acompanha a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, em 26 de julho de 2024
Fabrice COFFRINI

Prometeram um espetáculo "único", um desafio "impossível" que se tornou realidade, um Sena transformado em palco da história da França: o sucesso da cerimônia de abertura de Paris-2024, apesar da chuva, é também a aposta triunfante de Emmanuel Macron.

A sabotagem contra a rede ferroviária francesa na sexta-feira, horas antes do evento, mostra que os riscos de segurança em torno dos Jogos Olímpicos não se dissiparam completamente.

Mas o presidente francês, em uma posição difícil na esfera política, pode levar o crédito por ter acreditado e defendido a realização da cerimônia no rio Sena e esperar que isso exalte o "orgulho francês".

"Obrigado a todos que acreditaram. Falaremos sobre isso daqui a 100 anos! Conseguimos!", comemorou Macron em sua conta na rede social X, na qual elogiou uma "grande cerimônia" e um "momento único e mágico".

Tanto ele como sua equipe recordaram insistentemente nos últimos dias o envolvimento pessoal do presidente na preparação dos Jogos e no grande espetáculo de abertura.

No início desta semana, o presidente prometeu uma cerimônia "absolutamente única", pela "primeira vez" fora de um estádio. E embora no início tenha parecido "completamente louco e não muito sério", acrescentou "nunca ter duvidado" que seria possível, em entrevista ao jornal Le Parisien.

Seu entorno também recorda que a ideia "despertou muita atenção e preocupação" por parte dos responsáveis pela segurança. Meses antes, Macron teve de reconhecer publicamente que havia "planos B e C" no caso de uma ameaça terrorista.

"É difícil apreciar as poucas cenas de sucesso entre as Maria Antonietas decapitadas, o trio que se beija, as drag queens, a humilhação da Guarda Republicana forçada a dançar com Aya Nakamura, a feiura geral dos vestidos e da coreografia", protestou a eurodeputada de extrema direita Marion Maréchal.

Mas a nível global, apesar de algumas críticas de seu próprio campo ideológico, as cenas que retrataram a história de França, a atuação de Lady Gaga e o retorno de Céline Dion foram bem recebidas.

"Macron precisa disso a nível de imagem, a nível político e a nível pessoal, porque desde a dissolução da Assembleia Nacional é um momento extremamente difícil para ele, ele quase desapareceu, está constantemente na defensiva", analisa o especialista em comunicação Philippe Moreau Chevrolet.

"Isso pode dar um pequeno impulso, pode trazer um pouco de serenidade em um momento em que o clima do país é muito negativo", afirma.

    AFP

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