Um policial de Bangladesh dispara gás lacrimogêneo para dispersar protestos estudantis em Daca, em 19 de julho de 2024
Abu SUFIAN JEWEL
Um policial de Bangladesh dispara gás lacrimogêneo para dispersar protestos estudantis em Daca, em 19 de julho de 2024
Abu SUFIAN JEWEL

A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, cancelou neste sábado (20) viagens planejadas à Espanha e ao Brasil devido a confrontos sangrentos entre a polícia e estudantes no seu país, que a levaram a mobilizar o exército.

A líder enfrenta o maior desafio dos seus quinze anos de mandato neste país do sul da Ásia, onde os estudantes protestam contra um sistema de cotas que reserva mais de metade dos cargos na função pública a determinados setores da sociedade.

Hasina "cancelou sua viagem à Espanha e ao Brasil devido à situação atual", disse à AFP seu secretário de imprensa, Nayeemul Islam Khan.

A primeira-ministra planejava viajar para a Espanha no domingo e de lá para o Brasil na terça-feira.

A violência desta semana deixou pelo menos 115 mortos, segundo um balanço da AFP baseado no número de vítimas reportado pelos hospitais.

Os disparos da polícia são responsáveis por mais da metade das mortes registradas desde o início da semana, segundo descrições fornecidas à AFP por funcionários do hospital.

Na sexta-feira, o governo decretou toque de recolher até domingo e mobilizou os militares devido à incapacidade da polícia em impedir os protestos, o ataque a uma prisão ou o incêndio de edifícios públicos.

Neste sábado, as ruas de Daca acordaram quase desertas, com poucos soldados a pé ou veículos militares patrulhando a enorme capital de 20 milhões de habitantes.

Alguns motoristas que ignoraram o toque de recolher foram avisados pela polícia para voltarem para casa.

Mas no distrito de Rampura, milhares de manifestantes reuniram-se para protestar contra o toque de recolher obrigatório imposto na véspera e pelo menos uma pessoa foi ferida por disparos da polícia, que utilizou balas reais, apurou a AFP.

    AFP

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