O Exército de Israel reconheceu seu fracasso na defesa do kibutz Beeri durante o ataque do movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro, em relatório divulgado nesta quinta-feira (11).
O documento afirma que o Exército "fracassou em sua missão de proteger os moradores" do kibutz, após analisar a atuação dos soldados durante o ataque. O texto foi elaborado por uma comissão de investigação dirigida por um general reformado.
Durante o ataque dos comandos do Hamas, 101 civis foram mortos no kibutz Beeri, a cerca de 4 km da barreira que separa Israel da Faixa de Gaza, segundo o relatório. Outras 32 pessoas foram sequestradas, das quais 11 permanecem em cativeiro.
Cerca de 150 casas e construções da comunidade coletiva foram destruídas, a maioria incendiada. O relatório estima que 340 terroristas tenham se infiltrado no kibutz.
O Exército admitiu que não estava preparado para uma "infiltração em massa" e apontou "uma falta de coordenação" entre suas tropas no local.
O kibutz Beeri expressou que "é muito importante que o Exército assuma a sua responsabilidade no fracasso total". A comunidade exigiu a criação de uma comissão estatal de investigação para garantir que os fatos não se repitam.
Os moradores do kibutz ressaltaram que o relatório não explica por que os soldados destacados na entrada da comunidade não entraram em combate com o Hamas enquanto "Beeri ardia e seus habitantes imploravam por socorro".
O conflito na Faixa de Gaza eclodiu em 7 de outubro, quando comandos islamistas mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.