A Ucrânia apresentou a sua proposta de adesão à UE após a invasão da Rússia em 2022
John Thys
A Ucrânia apresentou a sua proposta de adesão à UE após a invasão da Rússia em 2022
JOHN THYS

A União Europeia (UE) inicia formalmente as negociações de adesão com  Ucrânia e Moldávia nesta terça-feira (25), no início de um longo e complicado caminho para a adesão, que poderá durar anos.

O objetivo da abertura das negociações com a Ucrânia é enviar uma mensagem de apoio ao país depois de mais de dois anos de guerra desde que a Rússia invadiu o território ucraniano, em fevereiro de 2022.

Reunidos em Luxemburgo, os ministros dos Assuntos Europeus dos países da UE confirmaram na sexta-feira a mesa de negociações com Ucrânia e Moldávia, uma medida celebrada pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

Na rede social X, Zelensky disse que foi um "passo histórico" que permitirá a muitos ucranianos ver um "sonho" se tornar realidade.

Nesta terça-feira, a presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, afirmou na rede X que o início das negociações foi uma "boa notícia para ucranianos e moldavos, e para toda a União Europeia".

"O caminho será desafiador, mas cheio de oportunidades", acrescentou.

A Ucrânia apresentou formalmente as suas ofertas de adesão à UE logo após o início da invasão russa do seu território e inclusive pressionou por um processo acelerado. O bloco europeu manteve o seu apoio, mas não permitiu a incorporação imediata.

O processo de adesão leva vários anos de negociações complexas entre os países aspirantes e as instituições da UE em Bruxelas, um processo que pode levar até uma década.

A Turquia iniciou conversações formais de adesão em 2005 e a situação continua em um impasse. A Albânia foi reconhecida como país candidato em 2003 e iniciou negociações formais em 2009, que ainda não foram concluídas. Montenegro, Sérvia, Bósnia e Macedônia do Norte também aguardam na fila, com uma impaciência crescente.

Sendo assim, o ritmo das negociações será marcado não só pelas ações da Rússia, mas também pela relutância dos próprios países da UE, como a Hungria.

Até agora, a Ucrânia recebeu elogios pela implementação de uma série de reformas para conter a corrupção e a interferência política, mas não recebeu promessas mais específicas.

Processo lento e complexo

A guerra na Ucrânia revigorou o esforço da UE para trazer novos membros, depois de anos em que os países, especialmente nos Bálcãs Ocidentais, fizeram poucos progressos nas suas expectativas de adesão.

As reuniões da UE desta terça-feira com Ucrânia e Moldávia darão início a um processo que avaliará até que ponto as leis desses dois países já cumprem as normas da UE e quanto trabalho ainda há a fazer.

Após a primeira etapa, a UE deve começar a estabelecer as condições para negociações sobre 35 temas, que vão desde o sistema fiscal à política ambiental.

Contudo, não parece muito provável que este diálogo avance pelo menos este ano.

A Hungria assumirá a presidência rotativa de seis meses do Conselho da UE em 1º de julho e já anunciou que o diálogo com a Ucrânia não faz parte das prioridades do seu mandato de seis meses.

As negociações desta terça-feira ocorrerão em um momento particularmente delicado para a Moldávia, com advertências dos Estados Unidos, do Reino Unido e do Canadá sobre uma conspiração russa para influenciar as eleições presidenciais de outubro.

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    AFP

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