O chefe da autoridade eleitoral da Venezuela, Elvis Amoroso, condicionou nesta quinta-feira (20) um novo convite à União Europeia (UE) para que observe as eleições presidenciais de 28 de julho
ao levantamento de todas as sanções.
Amoroso, próximo ao chavismo, excluiu o bloco da observação eleitoral há um mês após a ratificação de medidas punitivas contra cerca de 50 funcionários da Venezuela, embora uma contra ele tenha sido suspensa.
"Se não houver o levantamento das sanções e do bloqueio contra o povo da Venezuela, contra os doentes, contra os estudantes, contra as pessoas de certa idade, não há absolutamente nada a conversar, nem pensar que possam vir à Venezuela quando desprezam todos os venezuelanos", disse Amoroso a jornalistas após um ato oficial.
"Não recebemos absolutamente nada [da Europa], mas aspiramos a receber uma comunicação deles levantando as sanções", acrescentou. O bloco havia solicitado que a decisão fosse reconsiderada.
O convite à UE fez parte de um acordo eleitoral assinado no ano passado pelo governo e pela oposição em Barbados, com mediação da Noruega, que estabeleceu a eleição no segundo semestre de 2024.
Além da UE, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) convidou em março o Centro Carter, os BRICS e a União Africana para observar as eleições.
O presidente Nicolás Maduro buscará um terceiro mandato que o levaria a 18 anos no poder. Seu maior adversário é Edmundo González Urrutia, designado pela principal aliança opositora para representar a líder inabilitada María Corina Machado.
A UE enviou uma missão em 2021 para as últimas eleições de prefeitos e governadores, nas quais identificou melhorias consideráveis no sistema de votação, bem como irregularidades. Sua presença terminou de forma abrupta depois que Maduro os chamou de "inimigos" e "espiões".