A Grande Mesquita em Meca, na Arábia Saudita, fotografada em 17 de junho de 2024, durante a peregrinação anual muçulmana Hajj
FADEL SENNA
A Grande Mesquita em Meca, na Arábia Saudita, fotografada em 17 de junho de 2024, durante a peregrinação anual muçulmana Hajj
Fadel Senna

A Arábia Saudita alertou, nesta segunda-feira (17), contra as temperaturas extremas em Meca, onde mais de uma dezena de mortes relacionadas ao calor foram confirmadas na grande peregrinação muçulmano, um dos maiores encontros religiosos do mundo.

Mais de 2.700 casos de "esgotamento devido ao calor" foram registrados apenas no domingo, disse o Ministério da Saúde ao final da grande peregrinação.

Nesta segunda-feira, as temperaturas atingiram os 51,8ºC em Meca, a primeira cidade sagrada do islã localizada no oeste do país, onde os peregrinos estavam terminando o hajj.

Alguns contornaram a Caaba, a construção cúbica no centro da Grande Mesquita, enquanto outros realizaram o ritual de apedrejamento de Satanás no vale próximo a Mina, em frente a estelas que simbolizam o demônio, nas quais jogam pedras.

O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia declarou no domingo que 14 peregrinos jordanianos haviam morrido "após sofrerem uma insolação devido à onda de calor extremo", e que outros 17 estavam "desaparecidos".

Teerã informou a morte de cinco peregrinos iranianos, sem especificar a causa, e Dacar revelou que três peregrinos senegaleses também haviam falecido.

Por sua vez, um funcionário do Ministério da Saúde da Indonésia, atualmente na Arábia Saudita, disse que 136 peregrinos indonésios haviam morrido durante o hajj, incluindo pelo menos três de insolação.

- "Um dia muito difícil" -

"A prevenção é importante e os peregrinos não devem sair nas horas mais quentes, a menos que seja necessário, ou levar guarda-sóis", disse o Ministério da Saúde da Arábia Saudita em um comunicado citado pelo canal El Ekhbariya.

Neste ano, o hajj atraiu cerca de 1,8 milhão de peregrinos, incluindo 1,6 milhão do exterior, segundo as autoridades sauditas.

Nesta segunda, em Mina, os peregrinos molhavam a cabeça com água enquanto as autoridades distribuíam bebidas geladas e sorvetes que derretiam rapidamente.

Azza Hamid Brahim, uma egípcia de 61 anos, afirmou ter visto corpos imóveis na beira da estrada quando ia e voltava das estelas que representavam o Satanás.

"Parecia o Juízo Final, o fim do mundo. Foi um dia muito difícil", destacou.

O hajj é um dos cinco pilares do islã e os muçulmanos que podem fazê-lo devem fazê-lo pelo menos uma vez em sua vida. É uma fonte de prestígio e legitimidade para a Arábia Saudita, cujo rei leva o título de "Guardião das duas mesquitas sagradas" de Meca e Medina.

O príncipe herdeiro Mohamed Bin Salman, governante de fato do reino, declarou no domingo que seu país tem o dever de "fazer todo o possível para ajudar os fiéis a realizar seu culto com toda segurança".

    AFP

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