A China organizou seminários e cursos de formação para funcionários em países africanos e latino-americanos, com o objetivo de promover o seu sistema de partido único e a visão de mundo do presidente Xi Jinping, diz um relatório
Greg Baker
A China organizou seminários e cursos de formação para funcionários em países africanos e latino-americanos, com o objetivo de promover o seu sistema de partido único e a visão de mundo do presidente Xi Jinping, diz um relatório

GREG BAKER

A China organiza seminários e cursos de formação para funcionários de países latino-americanos e africanos para promover o seu modelo de partido único e a visão de mundo do presidente Xi Jinping, de acordo com um relatório publicado esta semana.

Um relatório, divulgado na quinta-feira pelo Atlantic Council, um think tank com sede em Washington, detalha os esforços para promover o modelo de partido único e o pensamento de Xi nos países latino-americanos e africanos, entre outros, com base em centenas de documentos do Ministério do Comércio chinês.

Os documentos públicos "destacam claramente aspectos do modelo autoritário (da China) como fundamentais para um modelo de desenvolvimento bem-sucedido que outros possam imitar", escreveu a autora do relatório, Niva Yau.

Na sua opinião, a China está "empenhada em um esforço concertado para promover uma governança autoritária em todo o mundo em desenvolvimento".

A pedido da AFP, o Ministério das Relações Exteriores chinês afirmou que Pequim "respeita" os "sistemas sociais" de cada país e garantiu que "nunca impôs ou imporia o nosso caminho ou sistema a outros países".

Entre os seminários citados está um organizado online para assessores presidenciais e funcionários de gabinete de países em desenvolvimento, com o objetivo de expandir "a influência internacional do sistema de governo da China".

Também promoveu os esforços da China na "mobilização e gestão social" durante a pandemia de covid-19, que forçou milhões de pessoas ao confinamento. Outro curso, destinado a funcionários africanos envolvidos no planejamento urbano, centrou-se no onipresente sistema de vigilância chinês.

A China é uma das sociedades mais vigiadas do mundo e a tecnologia de reconhecimento facial seria amplamente utilizada em muitas áreas.

O relatório também menciona um curso para as autoridades promoverem os métodos de propaganda chinesa. Todos os cursos foram ministrados por acadêmicos das principais instituições da China e por funcionários, de acordo com os documentos.

    AFP

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