Milhares de pessoas protestam do lado de fora do Parlamento da Armênia na capital Erevan
KAREN MINASYAN
Milhares de pessoas protestam do lado de fora do Parlamento da Armênia na capital Erevan
KAREN MINASYAN

Dezenas de manifestantes ficaram feridos nesta quarta-feira (12) na capital da Armênia durante um protesto contra as concessões do primeiro-ministro Nikol Pashinyan ao Azerbaijão, país com o qual mantém disputas territoriais há décadas.

Milhares de pessoas se reuniram do lado de fora do Parlamento para exigir a renúncia de Pashinyan. Os manifestantes tentaram romper um cordão policial e os agentes lançaram bombas de efeito moral contra a multidão.

Os feridos foram levados para hospitais em ambulâncias e alguns sofreram lesões nas pernas e no abdômen, segundo um fotógrafo da AFP.

Os protestos começaram em abril neste país do Cáucaso depois que o governo aceitou ceder ao Azerbaijão territórios que controlava desde os anos 1990.

O território cedido tinha importância estratégica para a Armênia, um país sem saída para o mar, pois nele há trechos de uma importante rodovia para a vizinha Geórgia.

O Ministério de Saúde informou que 55 feridos receberam atendimento.

O governo indicou que 86 manifestantes foram detidos por desobedecerem a polícia e que seis agentes sofreram ferimentos.

Mais tarde, os manifestantes se dirigiram para a sede do governo.

No fim de maio, a Armênia entregou ao Azerbaijão quatro povoados fronteiriços, uma decisão que Pashinyan defende como uma medida que busca preservar a paz com Baku.

Os moradores dessa região afirmam que a medida os separa do resto do país e acusam o primeiro-ministro de ceder territórios sem obter nada em troca.

Armênia e Azerbaijão travaram durante décadas um conflito pela região de Nagorno-Karabakh, um território de maioria armênia que proclamou sua independência unilateralmente em 1991, após a queda da União Soviética.

Desde então, foi palco de várias guerras entre Azerbaijão e separatistas armênios: uma entre 1988 e 1994, e outra em 2020, vencida pelos azeris.

Depois de uma ofensiva relâmpago de Baku em 2023 contra os separatistas armênios de Nagorno-Karabakh, o Azerbaijão assumiu o controle desse território.

    AFP

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