A exposição
DREW ANGERER
A exposição "Collecting Memories", em uma sala da Biblioteca do Congresso, em Washington, em 10 de junho de 2024
Drew ANGERER

A Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos abriga mais que apenas livros, como mostra uma nova exposição que será inaugurada esta semana e exibe alguns dos "tesouros" mais diversos e simbólicos da história do país.

Do conteúdo dos bolsos de Abraham Lincoln na noite de seu assassinato às primeiras gravuras do Homem-Aranha, uma centena de objetos raros que revisitam a história dos Estados Unidos estará em exposição, a partir desta quinta-feira (13), no prestigiado edifício no coração de Washington na mostra intitulada "Collecting Memories" ("Colecionando memórias").

Também integram a exposição um dos primeiros mapas dos Estados Unidos recém-independentes, impresso em 1784 por Abel Buell, um gravurista de Connecticut, e fotos da primeira explosão atômica no deserto do Novo México, presenciada pelo "pai" da bomba, Robert Oppenheimer.

Alguns revelados pela primeira vez ao grande público, "estes objetos refletem nossa história coletiva", afirmou Carla Hayden, presidente da instituição.

Fundada em 1800, a Biblioteca tem atualmente mais de 178 milhões de itens: livros, documentos sonoros, fotografias, mas também objetos de todo tipo, entre eles muitos instrumentos musicais.

"A instituição abriga a maior coleção de flautas do mundo", assegurou Carol Lynn Ward Bamford, encarregada de sua conservação. No entanto, nesta exposição apenas uma estará exposta - uma flauta de cristal que pertenceu ao ex-presidente americano James Madison, que viveu entre 1751 e 1836.

Este instrumento musical é especialmente simbólico porque foi resgatado da Casa Branca, incendiada pelas tropas britânicas em 1814. Confiada à Biblioteca pela família do presidente, foi retirada excepcionalmente em 2022 para ser tocada pela cantora americana Lizzo.

- Os óculos de Lincoln -

Também estarão expostos os pertences de outro presidente, Abraham Lincoln - seus óculos, seu lenço e sua carteira -, que foram recuperados após seu assassinato em um teatro em abril de 1865.

Stephanie Stillo, da divisão de livros raros da biblioteca, qualificou os objetos como "definitivamente alguns dos mais emblemáticos" da exposição. "Há uma espécie de mitologia em torno de Abraham Lincoln, e acho que tudo isto o torna muito humano", acrescentou, apontando para o par de óculos dourados, remendados com um pequeno pedaço de corda.

O 16º presidente dos Estados Unidos, que saiu vitorioso da Guerra da Secessão, também levava consigo vários recortes de jornal. "Eram artigos de jornal que o elogiavam, sempre os levava consigo", explicou Stillo.

Estes recortes, que não serão expostos ao público por motivos de conservação, poderão ser exibidos dentro de alguns meses, antecipou. Mas esta miscelânea de objetos também mostra, sobretudo, "a vida de gente como você e eu" ao longo dos séculos, assinalou.

A Biblioteca analisa a preservação da memória individual e coletiva por meio, ainda, de imagens filmadas em um casamento em 1944, de relatos contemporâneos da pandemia de covid-19, uma árvore genealógica pintada a mão por 25 anos que conta parte da história afro-americana e a vivência de um professor japonês que sobreviveu ao bombardeio de Hiroshima.

    AFP

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