Hunter Biden, filho do presidente Joe Biden, e sua esposa, Melissa Cohen Biden, ao tribunal em Wilmington, Delaware, em 11 de junho de 2024
AFP
Hunter Biden, filho do presidente Joe Biden, e sua esposa, Melissa Cohen Biden, ao tribunal em Wilmington, Delaware, em 11 de junho de 2024

Os doze jurados do  processo de Hunter Biden por posse ilegal de arma de fogo em 2018 o consideraram culpado nesta terça-feira (11) pelos três crimes imputados, uma decisão histórica no primeiro julgamento do filho de um presidente em exercício dos Estados Unidos.

Hunter, de 54 anos, foi considerado culpado das três acusações que lhe foram imputadas, em um contexto de dependência de drogas, informaram a rede de notícias CNN e outros veículos de comunicação americanos.

O filho de 54 anos do presidente Joe Biden foi acusado de mentir sobre seu consumo de drogas para poder comprar um revólver calibre 38 em 2018.

Após três horas de deliberações entre segunda e terça-feira, o júri o considerou culpado de duas acusações por mentir na documentação para adquirir a arma e uma por posse ilegal após a compra.

O veredicto chega enquanto seu pai busca a reeleição e menos de duas semanas após a sentença de culpa por acusações de fraude empresarial contra Donald Trump, o provável candidato presidencial republicano em novembro.

Hunter Biden não falou durante a audiência, celebrada em Wilmington (Delaware), sua cidade natal.

Pode ser condenado a até 25 anos de prisão, embora se espere uma sentença mais leve, possivelmente sem reclusão, pela ausência de antecedentes criminais.

A primeira-dama, Jill Biden, assistiu a várias audiências para apoiá-lo. O presidente não esteve presente mas disse que está "orgulhoso" de seu filho.

Joe Biden, prometeu nesta terça-feira "respeitar o processo judicial" após seu filho ser declarado culpado.

"Eu sou o Presidente, mas também sou Pai", disse Biden em comunicado. "Muitas famílias que tiveram entes queridos lutando contra o vício entendem o sentimento de orgulho ao ver alguém que você ama sair do outro lado e ser tão forte e resiliente na recuperação. Aceitarei o resultado deste caso e continuarei respeitando o processo judicial enquanto Hunter considera um recurso".

O processo, junto com outro caso no qual Hunter enfrenta acusações de evasão fiscal na Califórnia, complica os esforços dos democratas para manter o foco em Trump, o primeiro ex-presidente ao ser declarado culpado na Justiça criminal.

Vício em drogas

O passado como dependente de Hunter Biden foi a questão central do julgamento.

Na semana passada, o promotor reproduziu trechos do livro de memórias gravadas pelo próprio Hunter Biden, "Beautiful Things", no qual relembra momentos de seu vício, quando procurava desesperadamente por crack.

"Queimava (crack) e fumava. Queimava e fumava", afirma o fragmento reproduzido na Justiça, retirado do audiolivro.

Além de ser uma distração política, os problemas jurídicos de Hunter Biden reabriram várias feridas familiares.

Seu irmão, Beau, morreu de câncer em 2015, e sua irmã Naomi faleceu quando era criança, em 1972, em um acidente de carro que também tirou a vida de Neilia, a primeira esposa do presidente e mãe dos três.

Hunter, um advogado formado em Yale e lobista que se tornou artista, é acusado de declarar falsamente, ao comprar um revólver calibre 38 em 2018, que não consumia drogas ilegais.

O filho do presidente também é acusado pelo delito de posse ilegal de arma de fogo, que manteve em sua posse por onze dias após a compra.

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